Quando penso na importância dos aspetos formais de um filme, recordo-me muitas vezes de uma frase de Jean Renoir: “Gostamos de uma história porque gostamos do seu narrador”. Com isto, o cineasta francês queria dizer que a voz afetiva de quem conta pode ser o móbil de interesse por determinada “história de colo”. Ora o mesmo acontece com os moldes narrativos de um objeto cinematográfico: é possível gostarmos de um filme particularmente pela “voz” que se insinua no modo como a narrativa vem em imagens, qual embalo cuja magnitude depende da qualidade do narrador. Por exemplo, o que há de mais substancial em 2001: Odisseia no Espaço senão a arte de Kubrick em extasiar-nos pela força da sua construção enigmática, plena de formas?Vem esta nota de reflexão a propósito de Breve História de uma Família, longa-metragem de estreia de um talentoso realizador chinês, Jianjie Lin, que nos toma de assalto pelo absoluto domínio e sofisticação formal de um drama misterioso. Do primeiro ao último plano, este conto ambíguo sobre um jovem que, aos poucos, se infiltra na estrutura de uma família de classe média alta (fragilizada pela antiga política chinesa do filho único) exibe um “olhar científico”, ou um tratamento frio dos códigos do thriller, que passa pela leitura microscópica da realidade, isto é, das células que nela se inquietam... Ou não fosse o realizador formado em bioinformática.Entre a respiração suspensa e a elegância metódica, Breve História de uma Família é de um fascínio reverberante - sem esquecer que ainda há pouco tempo nos chegou Cão Preto, de Guan Hu, outra grande descoberta do cinema chinês. .'Lilo & Stitch'. Um peluche com boa mobilidade.Carros, charme e diversão: ‘Duster’ é uma série sobre rodas .'Nonnas'. A comida reconfortante da avó