'Mahjong': um jogo intelectual divertido e popular para o convívio social
Já ouviram dizer a frase chinesa: “Falta um jogador para formar uma equipa de quatro?” Trata-se de uma expressão popular entre os chineses para convidar amigos para uma partida de mahjong, um jogo intelectual para quatro jogadores, criado pelos chineses antigos. Quando três pessoas estão presentes à mesa, usa-se a expressão atrás referida para indicar que é preciso mais um elemento para começar o jogo. Curiosamente, quando é necessário que mais pessoas participem numa atividade ou competição, pode também usar-se a mesma expressão para descrever a falta de participantes, com o objetivo de convidar mais pessoas para se juntarem.
O mahjong é uma das atividades de lazer preferidas dos chineses, seja durante as festividades, os fins de semana, as reuniões familiares ou os encontros com amigos, tanto nas zonas urbanas como nas rurais, onde é comum ouvir o som de pedras de mahjong a bater.
A paixão por este jogo tem a ver com o costume dos chineses de se juntarem para se divertirem. Em Guangdong, Hong Kong e Macau, no sul da China, as mesas de mahjong são indispensáveis nos banquetes de casamento, em torno das quais família e amigos gostam de se reunir para jogar.
Às peças do mahjong chama-se pedras, que são pequenas e retangulares, mas feitas de bambu, ossos de animais ou plástico, com diferentes padrões ou carateres chineses na face, cada uma valendo pontos e com significados diferentes. No norte da China, o conjunto inclui 136 pedras, já no sul, geralmente são 144, e as regras variam ligeiramente de região para região.
Os jogadores analisam os lances e tomam decisões com base nas suas pedras e nas dos adversários, de modo a obterem a melhor estratégia.
Os chineses dizem que a vitória no jogo de mahjong depende “70% da sorte e 30% por cento da habilidade”. Diferente do Go, que exige uma grande capacidade de cálculo, se se quiser ganhar o jogo de mahjong às vezes a sorte desempenha um papel mais decisivo. Ou seja, mesmo com grande habilidade, a falta de sorte pode impedir de se obter um feliz resultado do jogo. Talvez seja este o encanto do mahjong, que conta não só com a capacidade cerebral dos jogadores, mas também com o fator sorte.
As regras para vencer baseiam-se no hu pai (conseguir formar determinadas combinações de pedras). Uma vez obtidas estas, o jogador pode declarar a vitória com a palavra hu le (semelhante ao bingo).
O mahjong não é um jogo popular apenas na China, mas também nos círculos de chineses ultramarinos, e até há muitos adeptos estrangeiros. O jogo tem vindo a espandir-se no exterior desde o início do século XX, tendo-se difundido no Japão por volta de 1910 e tornado popular na Europa e na América a partir de 1920.
Nos últimos anos tem havido cada vez mais estrangeiros apaixonados pelo mahjong. Em 2015, foi fundada a Federação Internacional de Mahjong e, em abril de 2017, a Associação Internacional de Desportos da Mente (IMSA) anunciou ter aceitado a referida federação como membro de pleno direito. Desde então, o mahjong passou a ser o sexto desporto intelectual internacional oficial, depois do Bridge, Go, Xadrez, Damas e Xiangqi.
Além de ser um jogo intelectual divertido e uma atividade de convívio social popular, o mahjong pode oferece aos jogadores uma visão filosófica em relação à vida.
Julia Fiona Roberts, uma atriz vencedora de um Óscar, falou do mahjong numa entrevista, dizendo que é fã e joga com as amigas todas as semanas, partilhando a sua compreensão do jogo: “O mahjong ajuda-nos a criar ordem a partir do caos com base no sorteio aleatório das peças. É como se todos os dias tentássemos criar um pouco de ordem no caos da vida, com os nossos atos aleatórios de sabedoria e bondade.”
Se os leitores estiverem interessados no mahjong, é fácil encontrar nas redes sociais instruções e vídeos que ensinam a jogar. Será muito interessante convidarem os vossos amigos e familiares para aprenderem juntos e experimentarem a diversão e o encanto únicos deste jogo.
INICIATIVA DO MACAO DAILY NEWS