Quando aceitou representar o papel de Jim Morrison no filme The Doors, Mito de Uma Geração, realizado por Oliver Stone em 1991, o ator Val Kilmer entrou de tal forma na personagem que teve dificuldade em deixá-la, tendo inclusivamente recorrido a terapia. Conta-se que logo nas audições, na ânsia de ficar com o papel, o ator americano chegou a agredir um colega, em frente ao realizador, e que durante as filmagens exigia que todos o tratassem por Jim. Para se preparar, Kilmer não só passou dias a fio com o antigo produtor da banda, Paul Rothchild, que chegou a afirmar que o ator "conhecia melhor Jim Morrison do que o próprio se conhecia a si mesmo", como fez questão de aprender de cor todas as letras da banda. A história é bem exemplificativa do magnetismo que, décadas passadas sobre a sua morte, Jim Morrison ainda exerce sobre as pessoas, embora este seja muito mais devido à mitologia criada à sua volta do que à sua arte, propriamente dita. E não é porque a mesma seja menor, muito pelo contrário, mas a persona de palco criada pelo próprio - sexy, provocativa e rebelde - acabou por se sobrepor a tudo o resto, ofuscando cada vez mais o artista, em especial o poeta, como sempre preferiu ser reconhecido. O próprio filme protagonizado por Val Kilmer caiu nessa armadilha, caricaturando, de certa forma, muito mais os excessos próprios do rock and roll dessa época do que propriamente as virtudes do artista, como os próprios membros da banda criticaram na altura - muito embora, convenhamos, o mito tenha até talvez mais que ver com os primeiros, sem o talento para a escrita e para a performance de Morrison nada disto fosse possível..E quando se passam 50 anos sobre a morte do Rei Lagarto, como também ficou conhecido, talvez seja o momento certo para lançar uma nova luz sobre o legado de Jim Morrison. Como sempre acontece nestas datas redondas, são muitas as reedições e edições, especialmente de livros, dedicadas ao artista norte-americano, mas mesmo assim menos do que seria de esperar para alguém que teve um impacto tão grande na história da cultura popular. Entre estas, destacam-se por, exemplo, a novela gráfica Morrison Hotel, um álbum de banda desenhada escrito por Leah Moore, filha de Alan Moore, o criador de obras como Watchmen ou V de Vingança, que contou com a colaboração dos dois membros sobreviventes dos The Doors, o baterista John Densmore e o guitarrista Robby Krieger. No livro, cada uma das canções do álbum é transformada numa história, desenhada por um artista diferente, dando assim uma nova perspetiva artística a um dos trabalhos mais icónicos do grupo. Bem mais completa é a antologia The Collected Works of Jim Morrison: Poetry, Journals, Transcripts, and Lyrics, editada no início de junho pela editora Harper Collins, que reúne quase toda a obra anteriormente publicada, de letras de canções a poemas, incluindo os escritos editados nos livros Wilderness (1988) e The American Night (1991). Cerca de metade das quase 600 páginas são porém ocupadas com material inédito, como fotografias e desenhos, letras nunca gravadas, o rascunho de um guião cinematográfico e alguns excertos de textos descobertos recentemente em mais de 20 cadernos manuscritos, que incluem reflexões sobre o julgamento em Miami, em 1970, quando foi acusado de comportamento obsceno pelas autoridades, e os seus alegados escritos finais em Paris. É a coleção mais exaustiva dos escritos de Jim Morrison e poderá ser a derradeira oportunidade para o seu reconhecimento enquanto poeta, que tanto desejou obter em vida, sem nunca o conseguir..Terá sido após ter testemunhado um acidente rodoviário em criança, algures num deserto do Novo México, que Jim Morrison terá tido a epifania que o tornaria em quem viria a ser. Os "índios espalhados a sangrar na estrada", como são recordados na letra de Peace Frog, tornaram-se assim parte da mitologia, alimentada pelo próprio, ao dizer que o espírito de um dos índios mortos teria ocupado o seu corpo, mas também pelos seus biógrafos mais ou menos oficiais. Como os escritores Jerry Hopkins e Danny Sugerman, autores da biografia Daqui Ninguém Sai Vivo, também ela reeditada neste ano e que começa precisamente a recordar este episódio. Ou também Oliver Stone, que a ele dedica longos minutos em The Doors, Mito de Uma Geração..Mais factual, naquilo que o pequeno James Douglas Morrison, nascido a 8 de dezembro de 1943 na pequena localidade de Melbourne, Florida, se viria a tornar, foi a sua infância pouco comum, sempre a saltitar de um lado para o outro, devido ao cargo de almirante do pai, George Stephen Morrison - que também ficou na história por ter sido o comandante das forças americanas envolvidas no incidente do golfo de Tonkin, que daria início à Guerra do Vietname. Devido a esta vida seminómada, o pequeno James nunca teve oportunidade de fazer muitos amigos, preferindo refugiar-se nos livros. Apesar da educação rígida imposta pelos pais (ou talvez devido a ela), as suas preferências literárias eram muito pouco tradicionais. Nietzsche, Rimbaud ou Kafka eram algumas das suas preferências, que mais tarde serviriam também como influência para os primeiros esboços de letras. Mas tal como muitos outros artistas da sua geração, seria nos escritores da chamada Geração Beat que Jim Morrison encontraria uma das suas principais fontes de inspiração, em especial na obra-prima de Jack Kerouac, Pela Estrada Fora, chegando até a imitar a personagem principal, Dean Moriarty, atravessando os Estados Unidos à boleia. Todas estas influências deram origem a diversos escritos, tais como os que, segundo a lenda, terá mostrado num dia de julho de 1965, enquanto passeava na praia de Venice Beach, a Ray Manzarek, futuro teclista dos The Doors e seu conhecido da Universidade da Califórnia, onde estudava literatura e cinema - Morrison chegou a ser colega de Francis Ford Coppola, que anos mais tarde imortalizaria o tema The End na banda sonora de Apocalypse Now..CitaçãocitacaoQuase sem dar por isso, o tímido James Douglas Morrison era lançado para o circo do rock and roll, tornando-se, quase de imediato no Jim Morrison que todos conhecemos. .Pouco tempo depois juntar-se-iam à dupla o baterista John Densmore e o guitarrista Robby Krieger, nascendo assim os The Doors, cujo nome é inspirado no livro de Aldous Huxley The Doors of Perception. Quase sem dar por isso, o tímido James Douglas Morrison era lançado para o circo do rock and roll, tornando-se, quase de imediato, no Jim Morrison que todos conhecemos. O grupo tornar-se-ia uma espécie de banda residente do famoso clube Whisky a Go Go e se no princípio Morrison costumava cantar virado de costas para o público, depressa se tornaria no animal de palco que o mito imortalizou, carismático, sensual e até sexual, quase no limiar do obsceno para a ainda conservadora sociedade americana de então. Terá sido esse magnetismo que convenceu Jac Holzman, o homem-forte da Elektra Records, a contratar a banda, após assistir a uma dessas atuações no Whisky a Go Go..O primeiro single, Break on Through (To the Other Side), seria lançado no ano seguinte e incluído no álbum de estreia homónimo, editado em 1967. O disco incluía ainda o êxito Light My Fire, que durante dois meses esteve no primeiro lugar da tabela Billboard Hot 100, após a controversa apresentação da banda no popular programa de televisão The Ed Sullivan Show, no qual Jim Morrison se recusou a censurar as referências a drogas na letra. A rebeldia do performer, outra das imagens de marca do mito, seria ainda mais reforçada após um concerto em New Haven, Connecticut, quando Jim Morrison se torna a primeira estrela rock a ser detida em palco..Ao contrário da carreira da banda, que continuava de vento em popa, nesse mesmo ano de 1967 lançam Strange Days, seguindo-se Waiting for the Sun (1968) e The Soft Parade (1969), a vida pessoal de Jim Morrison começa a afundar-se num turbilhão de álcool, drogas e sexo, que o afasta cada vez mais da realidade e, especialmente, dos seus companheiros de banda. Os pais tentam reatar a relação, mas recusa-se a recebê-los no final de um concerto, passando a partir daí a afirmar que era órfão..Os espetáculos, por seu turno, têm cada vez mais gente, atraída não só pela música, mas também pela polémica e pela controvérsia. O mito começa em definitivo a tomar conta do artista, que começa a aparecer alcoolizado e intoxicado em palco, numa imagem reforçada pela cada vez mais notória decadência física. A pressão do público, dos media e da própria indústria atingiu o limite em março de 1969, durante um concerto no Dinners Key Auditorium, em Miami, quando além de ofender os espetadores com todo o tipo de impropérios, destruiu o palco e, alegadamente, baixou as calças, mostrando os órgãos genitais ao público, sendo processado por comportamento obsceno, num julgamento que se prolongou durante meses e afastou o grupo para sempre dos grandes palcos. Entretanto, os The Doors ainda editariam Morrison Hotel (1970) e L.A. Woman (1971), disco após o qual Jim Morrison se exilaria em Paris com a mulher, a polémica Pamela Courson, com quem manteve uma conturbada e intermitente relação ao longo de anos. O objetivo era afastar-se das drogas e do álcool e relançar a carreira como poeta - em 1969 havia lançado os livros The Lords / Notes on Vision e The New Creatures. A realidade, no entanto, foi bem diferente e, a 3 de julho de 1971, Jim Morrison foi encontrado morto na banheira da casa que alugara no boémio bairro de Marais, bem no centro de Paris. Tinha 27 anos e a causa oficial da morte foi um ataque cardíaco. Como não houve autópsia, de imediato começaram as especulações e teorias da conspiração, que alimentaram ainda mais o mito. O funeral, dias depois, contou apenas com cinco pessoas, mas, com o passar dos anos, o cemitério de Père-Lachaise, onde está sepultado, tornou-se local de peregrinação para milhares de fãs, muitos deles ainda nem nascidos quando Jim Morrison morreu..dnot@dn.pt
Quando aceitou representar o papel de Jim Morrison no filme The Doors, Mito de Uma Geração, realizado por Oliver Stone em 1991, o ator Val Kilmer entrou de tal forma na personagem que teve dificuldade em deixá-la, tendo inclusivamente recorrido a terapia. Conta-se que logo nas audições, na ânsia de ficar com o papel, o ator americano chegou a agredir um colega, em frente ao realizador, e que durante as filmagens exigia que todos o tratassem por Jim. Para se preparar, Kilmer não só passou dias a fio com o antigo produtor da banda, Paul Rothchild, que chegou a afirmar que o ator "conhecia melhor Jim Morrison do que o próprio se conhecia a si mesmo", como fez questão de aprender de cor todas as letras da banda. A história é bem exemplificativa do magnetismo que, décadas passadas sobre a sua morte, Jim Morrison ainda exerce sobre as pessoas, embora este seja muito mais devido à mitologia criada à sua volta do que à sua arte, propriamente dita. E não é porque a mesma seja menor, muito pelo contrário, mas a persona de palco criada pelo próprio - sexy, provocativa e rebelde - acabou por se sobrepor a tudo o resto, ofuscando cada vez mais o artista, em especial o poeta, como sempre preferiu ser reconhecido. O próprio filme protagonizado por Val Kilmer caiu nessa armadilha, caricaturando, de certa forma, muito mais os excessos próprios do rock and roll dessa época do que propriamente as virtudes do artista, como os próprios membros da banda criticaram na altura - muito embora, convenhamos, o mito tenha até talvez mais que ver com os primeiros, sem o talento para a escrita e para a performance de Morrison nada disto fosse possível..E quando se passam 50 anos sobre a morte do Rei Lagarto, como também ficou conhecido, talvez seja o momento certo para lançar uma nova luz sobre o legado de Jim Morrison. Como sempre acontece nestas datas redondas, são muitas as reedições e edições, especialmente de livros, dedicadas ao artista norte-americano, mas mesmo assim menos do que seria de esperar para alguém que teve um impacto tão grande na história da cultura popular. Entre estas, destacam-se por, exemplo, a novela gráfica Morrison Hotel, um álbum de banda desenhada escrito por Leah Moore, filha de Alan Moore, o criador de obras como Watchmen ou V de Vingança, que contou com a colaboração dos dois membros sobreviventes dos The Doors, o baterista John Densmore e o guitarrista Robby Krieger. No livro, cada uma das canções do álbum é transformada numa história, desenhada por um artista diferente, dando assim uma nova perspetiva artística a um dos trabalhos mais icónicos do grupo. Bem mais completa é a antologia The Collected Works of Jim Morrison: Poetry, Journals, Transcripts, and Lyrics, editada no início de junho pela editora Harper Collins, que reúne quase toda a obra anteriormente publicada, de letras de canções a poemas, incluindo os escritos editados nos livros Wilderness (1988) e The American Night (1991). Cerca de metade das quase 600 páginas são porém ocupadas com material inédito, como fotografias e desenhos, letras nunca gravadas, o rascunho de um guião cinematográfico e alguns excertos de textos descobertos recentemente em mais de 20 cadernos manuscritos, que incluem reflexões sobre o julgamento em Miami, em 1970, quando foi acusado de comportamento obsceno pelas autoridades, e os seus alegados escritos finais em Paris. É a coleção mais exaustiva dos escritos de Jim Morrison e poderá ser a derradeira oportunidade para o seu reconhecimento enquanto poeta, que tanto desejou obter em vida, sem nunca o conseguir..Terá sido após ter testemunhado um acidente rodoviário em criança, algures num deserto do Novo México, que Jim Morrison terá tido a epifania que o tornaria em quem viria a ser. Os "índios espalhados a sangrar na estrada", como são recordados na letra de Peace Frog, tornaram-se assim parte da mitologia, alimentada pelo próprio, ao dizer que o espírito de um dos índios mortos teria ocupado o seu corpo, mas também pelos seus biógrafos mais ou menos oficiais. Como os escritores Jerry Hopkins e Danny Sugerman, autores da biografia Daqui Ninguém Sai Vivo, também ela reeditada neste ano e que começa precisamente a recordar este episódio. Ou também Oliver Stone, que a ele dedica longos minutos em The Doors, Mito de Uma Geração..Mais factual, naquilo que o pequeno James Douglas Morrison, nascido a 8 de dezembro de 1943 na pequena localidade de Melbourne, Florida, se viria a tornar, foi a sua infância pouco comum, sempre a saltitar de um lado para o outro, devido ao cargo de almirante do pai, George Stephen Morrison - que também ficou na história por ter sido o comandante das forças americanas envolvidas no incidente do golfo de Tonkin, que daria início à Guerra do Vietname. Devido a esta vida seminómada, o pequeno James nunca teve oportunidade de fazer muitos amigos, preferindo refugiar-se nos livros. Apesar da educação rígida imposta pelos pais (ou talvez devido a ela), as suas preferências literárias eram muito pouco tradicionais. Nietzsche, Rimbaud ou Kafka eram algumas das suas preferências, que mais tarde serviriam também como influência para os primeiros esboços de letras. Mas tal como muitos outros artistas da sua geração, seria nos escritores da chamada Geração Beat que Jim Morrison encontraria uma das suas principais fontes de inspiração, em especial na obra-prima de Jack Kerouac, Pela Estrada Fora, chegando até a imitar a personagem principal, Dean Moriarty, atravessando os Estados Unidos à boleia. Todas estas influências deram origem a diversos escritos, tais como os que, segundo a lenda, terá mostrado num dia de julho de 1965, enquanto passeava na praia de Venice Beach, a Ray Manzarek, futuro teclista dos The Doors e seu conhecido da Universidade da Califórnia, onde estudava literatura e cinema - Morrison chegou a ser colega de Francis Ford Coppola, que anos mais tarde imortalizaria o tema The End na banda sonora de Apocalypse Now..CitaçãocitacaoQuase sem dar por isso, o tímido James Douglas Morrison era lançado para o circo do rock and roll, tornando-se, quase de imediato no Jim Morrison que todos conhecemos. .Pouco tempo depois juntar-se-iam à dupla o baterista John Densmore e o guitarrista Robby Krieger, nascendo assim os The Doors, cujo nome é inspirado no livro de Aldous Huxley The Doors of Perception. Quase sem dar por isso, o tímido James Douglas Morrison era lançado para o circo do rock and roll, tornando-se, quase de imediato, no Jim Morrison que todos conhecemos. O grupo tornar-se-ia uma espécie de banda residente do famoso clube Whisky a Go Go e se no princípio Morrison costumava cantar virado de costas para o público, depressa se tornaria no animal de palco que o mito imortalizou, carismático, sensual e até sexual, quase no limiar do obsceno para a ainda conservadora sociedade americana de então. Terá sido esse magnetismo que convenceu Jac Holzman, o homem-forte da Elektra Records, a contratar a banda, após assistir a uma dessas atuações no Whisky a Go Go..O primeiro single, Break on Through (To the Other Side), seria lançado no ano seguinte e incluído no álbum de estreia homónimo, editado em 1967. O disco incluía ainda o êxito Light My Fire, que durante dois meses esteve no primeiro lugar da tabela Billboard Hot 100, após a controversa apresentação da banda no popular programa de televisão The Ed Sullivan Show, no qual Jim Morrison se recusou a censurar as referências a drogas na letra. A rebeldia do performer, outra das imagens de marca do mito, seria ainda mais reforçada após um concerto em New Haven, Connecticut, quando Jim Morrison se torna a primeira estrela rock a ser detida em palco..Ao contrário da carreira da banda, que continuava de vento em popa, nesse mesmo ano de 1967 lançam Strange Days, seguindo-se Waiting for the Sun (1968) e The Soft Parade (1969), a vida pessoal de Jim Morrison começa a afundar-se num turbilhão de álcool, drogas e sexo, que o afasta cada vez mais da realidade e, especialmente, dos seus companheiros de banda. Os pais tentam reatar a relação, mas recusa-se a recebê-los no final de um concerto, passando a partir daí a afirmar que era órfão..Os espetáculos, por seu turno, têm cada vez mais gente, atraída não só pela música, mas também pela polémica e pela controvérsia. O mito começa em definitivo a tomar conta do artista, que começa a aparecer alcoolizado e intoxicado em palco, numa imagem reforçada pela cada vez mais notória decadência física. A pressão do público, dos media e da própria indústria atingiu o limite em março de 1969, durante um concerto no Dinners Key Auditorium, em Miami, quando além de ofender os espetadores com todo o tipo de impropérios, destruiu o palco e, alegadamente, baixou as calças, mostrando os órgãos genitais ao público, sendo processado por comportamento obsceno, num julgamento que se prolongou durante meses e afastou o grupo para sempre dos grandes palcos. Entretanto, os The Doors ainda editariam Morrison Hotel (1970) e L.A. Woman (1971), disco após o qual Jim Morrison se exilaria em Paris com a mulher, a polémica Pamela Courson, com quem manteve uma conturbada e intermitente relação ao longo de anos. O objetivo era afastar-se das drogas e do álcool e relançar a carreira como poeta - em 1969 havia lançado os livros The Lords / Notes on Vision e The New Creatures. A realidade, no entanto, foi bem diferente e, a 3 de julho de 1971, Jim Morrison foi encontrado morto na banheira da casa que alugara no boémio bairro de Marais, bem no centro de Paris. Tinha 27 anos e a causa oficial da morte foi um ataque cardíaco. Como não houve autópsia, de imediato começaram as especulações e teorias da conspiração, que alimentaram ainda mais o mito. O funeral, dias depois, contou apenas com cinco pessoas, mas, com o passar dos anos, o cemitério de Père-Lachaise, onde está sepultado, tornou-se local de peregrinação para milhares de fãs, muitos deles ainda nem nascidos quando Jim Morrison morreu..dnot@dn.pt