O Barreiro teve sempre uma forte ligação com o mundo da música jazz. O festival Jazz no Parque está de volta para a sua quinta edição de 27 a 29 de junho no Parque da Cidade do Barreiro. O Jazz no Parque surgiu como uma iniciativa da Câmara Municipal do Barreiro, devido à tradição jazzística na cidade. “Ao longo da primeira metade do século XX, o Barreiro, foi um polo industrial bastante importante, com bastante migração. Havia uma grande vida cultural e dentro dessa vida cultural havia os bailes de jazz”, diz o pianista e baterista Jorge Moniz em conversa com o DN, acrescentando que há atualmente duas escolas de jazz no Barreiro. “Pode diz-se que é uma terra em que o jazz está vivo”. O festival surgiu em 2019. No entanto, devido à pandemia, teve uma pausa durante os anos 2020 e 2021, contando atualmente com cinco edições. A programação foi escolhida por Jorge Moniz, que teve em conta o espaço do festival. “O evento vai ser num parque ao ar livre e os concertos têm entrada gratuita. Portanto, é preciso ter esses fatores em conta. É uma programação com critérios relativamente mainstream mas, ao mesmo tempo, tentando apresentar diferentes linguagens”. A programação conta com artistas nacionais e internacionais.Segundo Jorge Moniz, este é um evento importante para o Barreiro. “O objetivo deste evento é ter um objeto diferenciador na cultura. A Câmara tem tentado oferecer a cultura de forma diversificada. E o Jazz no Parque é um dos grandes momentos do ano cultural do Barreiro, sem dúvida. Talvez o evento mais importante”, disse.ProgramaçãoO primeiro dia do evento, 27 junho, arranca com o concerto do Emmet Cohen Trio e com Aaron Parks “LIttle Big”.No segundo dia do evento, no dia 28 de junho, vai subir ao palco a Ensemble da Escola de Jazz do Barreiro, Songsayer, Melissa Aldana Quartet e Peter Bernstein Quartet. O último dia do evento, 29 de junho, conta com os concertos de Ensemble da Academia de Jazz os Franceses, Daniel García Trio “Wonderland” e Carlos Bica “Azul”. Jorge Moniz espera que para esta edição o clima esteja favorável e que o público adira ao evento. A entrada nos concertos é gratuita. Jazz em PortugalJorge Moniz descobriu o mundo do jazz cedo, quando começou a tocar piano e bateria. “Lembro-me de, com 13 anos, já ouvir jazz, portanto, parto um bocadinho daí. Eu percebia que os músicos de jazz eram músicos bastante dotados e que punham em evidência o seu virtuosismo, e isso era uma coisa que me agradava. Depois deixei-me atrair pela linguagem, com aquelas coisas normais do percurso de um músico”, conta.Jorge Moniz estudou no Hot Clube e as suas maiores inspirações são John Coltrane, Chet Baker, Bill Evans e Miles Davis. Atualmente é também professor na Universidade Lusíada de Lisboa.Sobre o jazz nos dias de hoje, Jorge Moniz refere que a qualidade dos músicos de jazz está a crescer. “A qualidade dos músicos neste momento é melhor do que nunca. Há bastante gente nova a tocar e a tocar muito bem, mesmo. Há alunos nas universidades portuguesas a estudar jazz que têm um bom nível ”, refere o pianista, acrescentando que em relação ao mercado musical não sabe se está a crescer. “Tenho dúvidas que o mercado esteja a crescer, mas isso tem a ver com determinadas doutrinas políticas. Não sei qual será o futuro próximo, mas neste momento há um certo esquecimento relativamente a determinadas áreas da cultura, não só em relação ao jazz. São mercados que não têm crescido muito, que estão relativamente estagnados e muitas vezes a política esquece da importância da cultura”. .Valter Hugo Mãe: "A verdade é muito digna. Mas eu trocaria a verdade por um verso".Herman José cai de cadeira que "deve ter sido comprada na Temu" e atua de cadeira de rodas na Lourinhã