O tigre do futuro é português!

Vitória no Festival de Roterdão para<em> A Volta ao Mundo quando Tinhas 30 Anos</em>, de Aya Koretzky, mas Filipe Martins também venceu o prémio do público nas curtas-metragens.
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No Festival de Roterdão os portugueses não concorriam para os Tigres da secção competitiva principal mas na secção Bright Future, onde se aposta em cineasta emergentes, Aya Koretzky e o seu documentário A Volta ao Mundo quando Tinhas 30 Anos venceu o prémio principal.

São 10 mil euros para a cineasta luso-japonesa que encantou o júri num filme sobre afectos paternais. Uma longa que percorre as memórias de uma viagem pelo mundo fora do seu pai. Filme de afetos íntimos e com um trabalho límpido e sólido sobre material fotográfico, atualmente a "trend" da moda. Koretzky, que já tinha mostrado o filme em Portugal no DocLisboa e no Porto/Post/Doc, achou um estado "zen" de cinema que é só dela. Para já, ainda não há data para esta bela carta de viagens chegar ao circuito comercial nacional.

O palmarés da mesma secção também falou português com o prémio do público Voices para Casa de Vidro, curta de Filipe Martins sobre um sem-abrigo do Porto que cruza ficção e documentário, coisa tão em voga nos festivais internacionais. Refira-se que este filme acabou por não ser selecionado para os melhores festivais nacionais de curtas, entre os quais o Curtas Vila do Conde. Casa de Vidro tem agora encontro marcado em Clérmont Ferrand, o maior evento de curtas-metragens do mundo. O prémio monetário do Voices equivale a 2500 euros.

Na competição para o Tigre de Ouro a vitória sorriu a Present. Pefect, de Zhu Schenze, cineasta chinês que segundo o júri expandiu a linguagem cinematográfica para novos níveis.

O prémio especial do júri foi para Take me Somewhere Nice, de Ena Sendijarevic, enaltecido pelo júri pelo sentido de humor e de História. Trata-se de uma co-produção entre a Holanda e Bósnia.

De referir que o Festival de Roterdão teve grande participação nacional, com destaque para a retrospetiva a Edgar Pêra que inclui o cine-concerto memorável Lovecraftland, com música de Legendary Tigerman e atuações dos atores Dominique Pignon e Iris Cayate.

Depois de Roterdão, o cinema português invade a Berlinale para a semana com grandes esperanças para os novos de Rita Azevedo Gomes, Jorge Jácome e Carlos Conceição.

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(legenda: o pai de Aya Koretzky, o protagonista de A Volta ao Mundo Quando Tinhas 30 Anos)

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