Morreu o realizador de 'Singing' in the rain"

Stanley Donen tinha 94 anos. Em 1997 recebeu um Oscar honorário por uma carreira que revolucionou os filmes musicais e respetivas coreografias
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O realizador nasceu em Colúmbia, na Carolina do Sul, em 13 de abril de 1994. Teve uma carreira tão longa que, em 2013, disse numa entrevista à Vanity Fair que "o som era ainda uma coisa relativamente nova" quando chegou à indústria.

"A razão pela qual depois se começaram a fazer filmes musicais foi por causa do som. Conseguiram pôr música nos filmes, foi assim que tudo começou", disse ainda.

Donen realizou "Singing' in the rain" em 1952. Com Gene Kelly como ator principal, tornou-se num ícone da cultura popular norte-americana. O realizador era, ele próprio, também dançarino e coreógrafo.

No final dos anos 40 do século passado, e depois durante toda a década de 50 - a década de ouro dos musicais em Hollywood - co-dirigiu também, com Gene Kelly, Frank Sinatra, em "On the town".

E ainda "Sete noivas para sete irmãos" (1954) e "Funny Face" (1957), com Fred Astaire e Audrey Hepburn.

Gary Grant protagonizou protagonizou quatro filmes do realizador: "Kiss them for me", "Indiscreet (1958), "The Grass is greener" (1960)" e "Charade" (1963), onde Katherin Hepburn voltou a ser protagonista.

A sua última obra foi um "flop" comercial, a comédia sexual "Blame it on Rio", de 1984, com Michael Caine no principal papel.

Perante a notícia desta morte, o crítico norte-americano de cinema Michael Philips considerou que Stanley Donen foi "um talento gigantesco" mas "muitas vezes negligenciado".

Na entrevista à "Vanity Fair", Donen explicou o que o levou à indústria cinematográfica: "Vi Fred Astaire em 'Flying Down to Rio' quando tinha nove anos e isso mudou a minha vida. Parecia tudo maravilhoso e a minha vida não era maravilhosa. A alegria de dançar para uma música. E Fred era espantoso e Ginger [Rogers] - ó Deus, Ginger!"

O realizador trabalhou muito com Gene Kelly mas os dois mantiveram sempre uma relação complicada. Para Donen, Kelly era, como dançarino, "uma das grandes maravilhas do século XX". Contudo, fora do ecrã conseguia ser "difícil para mim e para toda a gente". "Foi sempre uma colaboração complicada, em parte porque quando começamos a trabalhar juntos ele já era uma estrela e eu só estava no coro. Depois tornámo-nos coreógrafos, mas não foi a coisa mais feliz".

O primeiro casamento do realizador acabou em divórcio e foi Gene Kelly quem logo a seguir casou com a ex-mulher, Jeanne Coyne.

Em 1997, recebeu das mãos de Martins Scorcese um Oscar pela sua carreira. E maravilhou o auditório dançando e cantando "Cheek to cheek".

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