Metropolitan vai devolver antiguidade roubada que custou quase quatro milhões

O caixão revestido a ouro datava do século I a.C. e terá sido roubado ao Egito em 2011. Met, que terá sido enganado quando o adquiriu, em 2017, já aceitou devolvê-lo.
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O Metropolitan Museum of Art (Met), em Nova Iorque, pagou quase quatro milhões de euros pelo caixão revestido a ouro, datado do século I a.C., que pertenceria a Nedjemankh, importante sacerdote do deus egípcio Hersafes, e que era a estrela da exposição inaugurada no ano passado Nedjemankh and His Gilded Coffin.

Nesta semana a exposição fechou abruptamente, antes da data prevista, depois de o Met ter acedido a devolver aquele objeto ao Egito. Afinal, fora roubado em 2011, conta o The New York Times, citando a investigação.

As autoridades do museu disseram ter pago, em 2017, 3,5 milhões de euros por aquela peça a um negociante de arte em Paris chamado Christophe Kunicki, que os terá enganado acerca da sua proveniência. De acordo com as informações que tinham, o caixão teria saído há décadas do país de forma legal. Tais informações sustentavam-se em documentação falsa, como uma licença de exportação falsa de 1971, a que a investigação americana em torno do roubo da peça teve agora acesso.

"Os administradores dos mais importantes artefactos do mundo têm o dever de submeter as suas aquisições ao mais alto nível de escrutínio", afirmou o procurador de Manhattan Cyrus Vance Jr., ligado à investigação que determinou o roubo do caixão, em comunicado.

"O nosso museu tem de ser um líder entre os nossos pares no respeito pela propriedade cultural e no rigor e transparência na política e práticas que seguimos", afirmou o diretor do museu Max Hollein em comunicado. "Vamos aprender com este acontecimento - especificamente, vou levar a cabo uma revisão do nosso programa de aquisições - para percebermos o que mais pode ser feito para evitar situações destas no futuro", acrescentou.

Esta não é a primeira vez que uma situação destas acontece com aquisições feitas pelo Met. Em 2017 aconteceu com um vaso de 2300 anos que representava o deus grego Dioniso e, há cerca de uma década, com outro vaso de 2500 anos. Ambas as peças terão saído ilegalmente de Itália.

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