Esculturas de útero gigantes causam controvérsia no Qatar

A "Viagem Maravilhosa", desde a fecundação até ao nascimento, que culmina num bebé recém-nascido de 14 metros de altura foi revelada em 2013. A arte de Damien Hirst gerou controvérsia na altura e foi coberta. Passaram cinco anos e a obra do britânico viu, finalmente, a luz do dia.
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São 14 esculturas gigantes de bronze, representam a "Viagem Maravilhosa" - nome da exposição -, desde a fecundação até ao nascimento, culmina com um bebé recém-nascido de 14 metros de altura e estão em frente ao Sidra Medicine Hospital, em Doha, no Qatar.

A polémica arte de Damien Hirst já tinha sido revelada em 2013, mas as esculturas foram cobertas, devido à controvérsia que gerou nas redes sociais. "É a primeira exposição de nus no Médio Oriente. É muito corajosa", disse, na altura, o artista britânico, prevendo as críticas. A explicação oficial remeteu para a proteção das peças das obras do hospital. Cinco anos depois a instalação a céu aberto foi inaugurada esta semana.

As esculturas gigantes estão no centro de uma vasta coleção de arte e não deixam ninguém indiferente. Dão as boas-vindas a quem se dirige a este novo hospital, cuja especialidade é a saúde maternal e infantil, e que terá custado mais de sete mil milhões de euros. Em janeiro começou a receber os primeiros doentes. "Acreditamos que reflete a missão do Sidra, cuidar da saúde de mulheres e bebés", defendeu Layla Ibrahim Bacha, especialista de arte da Fundação Qatar, apoiada pelo governo. "Penso que é perfeita para o local, como se pode ver muitas pessoas tiram fotografias. Acredito que está a tornar-se icónico", considerou sobre a exposição, um projeto que surge da iniciativa da sheikha Mayassa bint Hamad al Thani.

São ao todo 65 trabalhos de artistas de renome, internacionais e do Qatar, que estão expostos neste novo hospital. Um deles, o sírio Jaber al-Azmeh, admitiu à agência France Press que a "Viagem maravilhosa" de Hirst o faz sorrir uma vez que estão expostas num local onde começa a vida. Um projeto que surgiu com o "desejo de criar algo monumental", lê-se no site de Damien Hirst.

Mas desengane-se quem pense que as esculturas gigantes servem apenas para decoração. "Estão aqui para gerar debate e reflexão. A ajudar o doente a manter a calma", afirmou Bacha, que não descarta novas críticas à arte do britânico. "Não esperamos que todos gostem, que todos entendam".

A arte do britânico Damien Hirst terá custado cerca de 17,5 milhões de euros, sem contar com os honorários do artista, avança o El País.

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