Droga, sexo, violência. Pais pedem fim de transmissão da série Euphoria
A série norte-americana "Euphoria" estreou no passado fim de semana nos Estados Unidos (na segunda-feira, em Portugal), mas já era polémica ainda antes de ir para o ar. O Conselho Parental de TV dos Estados Unidos pediu à HBO que impedisse a transmissão por considerar que os conteúdos eram demasiado explícitos e para adultos - não para adolescentes.
"'Euphoria parece estar publica e intencionalmente a divulgar conteúdo graficamente para adultos (sexo, violência e uso de drogas) a jovens e pré-adolescentes", indicou Tim Winter, o presidente do Conselho Parental de TV em comunicado, citado pelo canal Fox News.
Este é assumidamente o objetivo da série: confrontar os espetadores com uma imagem real da vida de um adolescente de hoje. "Vai haver pais que vão ficar completamente perturbados", admitia, antes da estreia, o realizador e argumentista, Sam Levinson, à Hollywood Reporter. "Não quero desencadear nada, mas também temos de ser autênticos. Acho que as pessoas percebem se estamos com paninhos quentes e se não mostramos o alívio que as drogas podem representar. Perde o impacto", acrescentou.
Segundo o canal, a série "vem trazer um novo ponto de vista sobre a maioridade, explorando a visão adolescente das festas com acesso a substâncias e o dia-a-dia cheio de ansiedade com empatia e franqueza". "Euphoria", inspirada numa série israelita com o mesmo nome, acompanha a vida de um grupo de adolescentes que lida com a descoberta da sua identidade, num ambiente de sexo, drogas, romance e redes sociais. A protagonista, Rue Bennett (Zendaya), de 17 anos, viciada em drogas e acabada de sair de um centro de reabilitação, conhece uma rapariga transexual que é nova na cidade. Juntas vão procurar entender quem são.
Devido às cenas de relações sexuais muito explícitas, uma das estrelas da série - o rapper de 22 anos Brian "Astro" Bradley - acabou por abandonar o elenco a meio da produção do episódio-piloto. "Euphoria não é para todos", admite o responsável pela programação do canal televisivo, Cassey Bloys. Mas é uma aposta ganha por ser um retrato fiel dos adolescentes de 2019, nomeadamente, porque muitas cenas são baseadas em episódios reais. "Pode parecer que é ir longe demais, e a ideia de colocá-los [aos episódios] na televisão e pode ser, mas alguém os viveu", disse.