Direito de resposta. "A intelectual que na juventude se considerava uma analfabeta"
Ex.ma Sr.ª Diretora do Diário de Notícias,
Lisboa, 14 de maio de 2023
O Diário de Notícias publicou no dia 20 de abril de 2023 extratos de Uma Longa Viagem Com Maria Filomena Mónica (doravante MFM) que contêm afirmações atentatórias ao bom nome de Alberto Vaz da Silva (AVS), Helena Vaz da Silva (HVS) e João Bénard da Costa (JBC). Pedimos, ao abrigo dos artigos 24.º a 26.º da Lei no. 2/99, de 13 de janeiro (Lei de Imprensa), que seja publicada a seguinte retificação.
Em causa está a comparência em 1968 de MFM, acompanhando Vasco Pulido Valente (VPV), a uma festa em casa de HVS e AVS. Faz a essa festa duas menções. A primeira (em Bilhete de Identidade, 2005) relata a sua impaciência perante o facto de AVS insistir em laboriosamente calcular o seu céu astral; após o que, na outra sala, vislumbrou um grupo que via um filme aparentemente erótico. Conclui que nessa noite descobriu que nada tinha em comum com essa gente virada para a teologia progressista. A segunda versão, agora publicada, passa do registo da astrologia/teologia ao da orgia. Há sexo em grupo, convidamna a despir-se. Entre corpos nus, gordos e feios, MFM aponta o dedo: AVS, HVS e JBC devem estar a brincar consigo. (Mas foi VPV quem, na versão 1, a convidou e levou à festa.)
Nada na primeira versão aponta para sexo na festa; tudo na segunda aponta para tal. Trata-se da mesma festa - e da mesma participante, cujo testemunho varia ao sabor das circunstâncias. Sob a flutuação, um facto destaca-se. A benigna versão astral foi publicada quando AVS, JBC e VPV eram vivos; a maligna versão sexual vem a lume após todos terem morrido. Arredadas todas as testemunhas diretas, MFM procede a um ato de maledicência chocante. Ignoramos o que julga estar a vingar. É por princípio condenável a difamação de gente ausente que não pode defender-se. E repudiamos, neste caso, o ato gratuito de conspurcar a memória dos mortos perante viúva, filhos, netos e bisnetos que tiram dessa memória inspiração e orgulho. Por maioria de razão, deploramos que João Céu e Silva realçasse esta história vil para promover a venda do seu livro.
Ana Maria Toscano Soares Barbosa Bénard da Costa
Ana Soares Barbosa Bénard da Costa
Francisco Gentil Vaz da Silva
Mónica Maia de Loureiro Bénard da Costa Palha
Helena Maria da Costa Gentil Vaz da Silva
Sofia Avelar Pinto Bénard da Costa Ayton
João Pedro Toscano Bénard da Costa
Tomás de Sousa Gentil Vaz da Silva
Nota de direção: "É sempre ao DN que compete selecionar os excertos dos livros que pré-apresenta, e não aos autores. Tal escolha obedece apenas a critérios editoriais e não tem subjacentes quaisquer intenções de pôr em causa a honra e, neste caso, memória de pessoas falecidas."