De Eastwood a Spielberg: uma rentrée recheada

São vários os filmes adiados pela pandemia que vão chegar às salas até ao final do ano. Mas há também importantes novidades rodadas durante esta fase.
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Já passaram mais de três anos desde o anúncio da produção de West Side Story, o remake do clássico de 1961, que por cá se chamou Amor Sem Barreiras. Quem andou metaforicamente a saltar barreiras ao longo deste período foi mesmo Steven Spielberg. A estreia do realizador no género musical acabou por ser um dos filmes mais afetados pela jigajoga dos tempos pandémicos, desde a rodagem até à chegada às salas, que, se tudo correr bem, acontecerá no final do ano (9 de dezembro). Um filme que por certo vai representar uma das maiores celebrações do grande ecrã, ou não estivéssemos perante a adaptação da história de amor e de gangues rivais que, primeiro filmada por Robert Wise com coreografias de Jerome Robbins, levou o musical dos estúdios para o cenário arejado das ruas de Nova Iorque, com números enérgicos e memoráveis. Do ADN desse original teremos, num papel secundário, a atriz Rita Moreno, vencedora de um dos 10 Óscares que West Side Story arrecadou, incluindo melhor filme... A fasquia está elevada para Spielberg.

Por agora, setembro tira a barriga de misérias com Cry Macho - A Redenção, o muito aguardado regresso do nonagenário Clint Eastwood, à frente e atrás da câmara, num ajuste de contas com a velha definição de macho americano - a estreia é já para a semana. De seguida (dia 23) há Woody Allen, com Rifkin"s Festival, comédia rodada em San Sebastián, e o adiadíssimo 007: Sem Tempo Para Morrer, de Cary Joji Fukunaga, chega no fim do mês. Desta vez é que é!

Da colheita do Festival de Veneza, a decorrer por estes dias, chegará em outubro às salas portuguesas Duna, a também muito adiada versão de Denis Villeneuve do romance de ficção científica antes levado ao ecrã por David Lynch, e The Card Counter, de Paul Schrader, que afinal não encerrou a carreira com o magnífico No Coração da Escuridão, dando agora as rédeas de um conflito interior a Oscar Isaac, ator que encontramos igualmente em Duna. A estrear logo depois deste filme de Schrader (18 de novembro), Mães Paralelas, de Pedro Almodóvar, que abriu Veneza com um regresso ao ventre materno pelo cineasta espanhol, vai dar o arranque a dezembro. Mas antes ainda há Spencer, o retrato da Princesa Diana pelo realizador chileno Pablo Larraín, com Kristen Stewart no papel principal.

De cinema com lente feminina, destaques para o título português A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos, que chega às salas escuras a 7 de outubro, após um circuito por dezenas de festivais internacionais, e Eternals, a primeira realização da oscarizada Chloé Zhao para a Marvel, com um elenco encabeçado por Angelina Jolie (estreia a 4 de novembro).

Este ano lança-se o segundo filme da trilogia de David Gordon Green que segue o clássico do terror de John Carpenter, Halloween Mata, a 21 de outubro, no mesmo dia estreando O Último Duelo, de Ridley Scott, que volta à escala da produção de época com Matt Damon e Ben Affleck na escrita do argumento. Para quem há muito espera a carta de amor ao jornalismo de Wes Anderson, The French Dispatch (que terá o título português Crónicas de França do Liberty, Kansas Evening Sun) vai para os cinemas logo depois de abrir o LEFFEST a 10 de novembro, e o Natal traz The Matrix Resurrections, de Lana Wachowski.

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