Cristina Ferreira triplicou o seu valor em dois anos
Bomba para uns, polémica para outros. Independentemente do ponto de vista, é assim que Cristina Ferreira faz o passe: com absoluta surpresa. Dois anos depois de ter deixado a TVI e ter ido para a SIC por um milhão de euros anuais, mais prémios-extra, agora a apresentadora está de volta à casa mãe, qual filha pródiga, a Queluz de Baixo. Desta vez, asseguram várias fontes ao Diário de Notícias, por "três milhões de euros ao ano".
Apesar de os representantes oficiais de Cristina Ferreira não fazerem qualquer comentário sobre estes valores ou outras informações, e de Mário Ferreira, investidor recém-entrado na estrutura acionista da Media Capital em maio [adquirindo 30,22% e não maioritário], não reagir às perguntas por escrito do DN, há quem comente na TVI: "Não compreendo essas contas, nem sei como podem ser feitas assim a partir de agora."
Aos 42 anos, Cristina Ferreira está de saída da SIC, num contrato rescindido unilateralmente e dois anos antes do término, levando a estação de Balsemão a reclamar os direitos devidos e que podem ir, dizem fontes ao DN, "de dois a quatro milhões de euros" por vínculo incumprido até novembro de 2022. "Para lá dos dois milhões do contrato, há outro tanto que decorre de ligações contratuais que podem ascender a esse valor e que estão ligados, por exemplo, aos contratos feitos com os concursos de chamadas", refere elemento próximo do processo ao DN.
Uma vez mais, nem Mário Ferreira, nem os representantes de Cristina comentam estes dados que colocam, contas feitas, esta transferência na ordem dos sete milhões de euros. Cumprindo-se estes valores, é seguramente a mais bem paga de sempre.
Verdade é que o adeus de Cristina à antena da SIC e aos espectadores das manhãs não deverá ter lugar. Várias fontes da estação garantem que "o vínculo terminou definitivamente" e já esta sexta-feira, 17 de julho.
No dia em que que Cristina Ferreira iria fazer uma transformação de visual em direto para uma nova cor de cabelo e a par com uma marca internacional de coloração, Cristina Ferreira suspende a campanha para dar azo à sua própria: a de regressar, como a própria escreveu no comunicado, "à casa mãe" e para voltar a por a "TVI no coração dos portugueses".
Cristina irá para Queluz de Baixo a partir de 1 de setembro para ser, como a conhecemos, apresentadora, mas também diretora de Entretenimento e Ficção e administradora não executiva com uma participação acionista de até 2%, valor acima do qual todas as operações devem ser comunicadas à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Há, contudo, margem para crescer, até porque várias fontes garantem ao DN que essa presença pode ascender, "num horizonte próximo, a 2,5% da estrutura acionista da MediaCapital". Uma vez mais, dados que nem a assessoria de Cristina Ferreira confirmam, nem Mário Ferreira reage.
Os detalhes desta contratação estão ainda nos segredos dos deuses. Sabe-se que terão começado há um mês, com emissários de parte a parte. As localizações são ainda um mistério. Mais do que o próprio Mário Ferreira, contam ao DN que terá sido "toda a administração da Media Capital que terá dado aval para esta negociação", que foi mantida na "absoluta discrição".
Quanto aos pivôs deste encontro, tudo indica que o recém-nomeado diretor-geral de Queluz de Baixo, Nuno Santos, terá sido um dos participantes nesta negociação a par da apresentadora e dos seus representantes.
Reuniões e negociações que cresceram, revela fonte ao DN, porque Cristina ambicionava duas coisas: "Por um lado, ter uma posição na administração, e, por outro, ter mais responsabilidades efetivas na área de entretenimento", diz fonte ao DN. Recorde-se que esse era um dos pontos de Cristina Ferreira quando se mudou de Queluz para Paço d"Arcos e que, diz fonte da TVI, "não terá corrido como esperado".
Agora, o ex-rosto da SIC vem para tomar para si todas as fases, processos e horários de uma estação de televisão. E a revelação é feita um dia depois de as audiências revelarem dados inusitados: Pela segunda vez em duas semanas, Cristina Ferreira conseguiu, a partir de um programa da manhã de um canal generalista, ter um pico de auditório acima do milhão de espectadores. Valor atingido já depois do meio-dia.
E se isso por si só não seria novidade no histórico da apresentadora natural da Malveira, a curiosidade assentava agora precisamente no facto de aquele pico ser superior a qualquer minuto registado na TVI durante todo o dia, incluindo horário nobre.
Ao que a SIC chama "desilusão" e surpresa por decisão "abruta e surpreendente", a MediaCapital responde com "satisfação". Expressões que emergem dos comunicados enviados já depois das 19 horas e já que os principais responsáveis das estações não prestaram quaisquer declarações ao DN até ao fecho desta matéria.