A palavra corteo significa procissão alegre em italiano. É assim que a personagem principal do espetáculo da companhia Cirque du Soleil, Mauro, imagina o seu funeral.Corteo está de volta ao Meo Arena, em Lisboa, pela segunda vez até ao dia 20 de abril. A produção irá festejar os 20 anos desde a sua estreia em 2005, em Montreal. Nestas duas décadas já realizou mais de cinco mil espetáculos.“Vinte anos realmente mostra como este espetáculo ainda é relevante. A temática é a família, a amizade e morrer, mas não de uma forma triste. É algo com que todos lidam o tempo todo. E é apenas um bom iniciador de conversas”, disse o diretor artístico do espetáculo, Olaf Triebel, ao DN.Apesar da temática ser relacionada com a morte, não é um espetáculo triste. Pelo contrário, é divertido e para toda a família. Conta a história de Mauro, um palhaço, desde a sua infância até que morre. No entanto, se a morte deste palhaço aconteceu ou não passa de um sonho fica ao critério do público.É no meio do Meo Arena que se encontra o palco circular do Corteo, fazendo com que o público assista ao espetáculo à volta do palco. “Este palco permite ao público estar mais perto. As pessoas vão estar a ver o ator no palco com público no background, a reagir. É quase como se tivéssemos colocado um espelho na frente do público para que eles possam ver-se a si mesmos a assistir ao espetáculo”, acrescenta o diretor artístico. O palco tem 12,5 metros e apresenta duas plataformas giratórias. No seu centro está desenhado um labirinto e é uma réplica do chão da Catedral de Notre-Dame, em França. Já as cortinas do cenário são inspiradas na Torre Eiffel e a pintadas à mão.O espetáculo está dividido em duas partes, tendo um intervalo de 20 minutos para a montagem preparar o palco para o grande final. Durante a pausa, sobem ao palco palhaços para um momento de descontração do público.. “Nós lavamos cerca de 50 quilos de roupa numa semana. Então, precisamos da ajuda das pessoas que vivem na cidade”.Já Camila Babka, responsável pelo guarda-roupa, sublinha que neste espetáculo há muitas trocas de figurinos. “Um figurino tem várias camadas. Então, às vezes, para um look, há oito itens, por exemplo”.Todos os figurinos são produzidos na sede do Cirque du Solei em Montreal e enviados para a equipa de guarda-roupa que se encontra em digressão. Durante a digressão a equipa do guarda-roupa trata da manutenção das peças. “Por exemplo, engraxamos os sapatos, porque tem muito magnésio que eles usam para os truques. E com o tempo esse sapato fica empoeirado. Há sapatos que têm de ser pintados, é preciso trocar os cordões etc.”, afirma Camila Babka. O guarda-roupa conta com cerca de 200 sapatos.Mas a manutenção não é apenas feita no calçado. “Nas roupas que eles vestem é preciso ver se falta algum botão, se a costura está solta, se alguma coisa precisa de ser reforçada. Isto é necessário para que, quando eles estiverem no palco, possam atuar da melhor maneira possível e o figurino não os restrinja no palco”, acrescenta.A produção de Corteo irá seguir viagem pela Europa. O espetáculo seguinte será na Corunha, em Espanha.O preço dos bilhetes varia entre 50 e 97 euros..Esta é a primeira vez que Olaf Triebel está em Portugal e espera ansiosamente para ver a reação do público a esta produção do Cirque du Soleil . “Ouvi dizer que as pessoas portuguesas são realmente reativas e nós amamos tudo isso. Quanto mais o público dá de volta ao palco, mais podemos dar de volta ao público”.Pelo palco passam cerca de 53 artistas. Durante o espetáculo é possível assistir a momentos de comédia, malabarismo, salto e acrobacias a oito metros de altura. Muitos destes truques são feitos por ginastas olímpicos. Para além de diversos acrobatas, atuam sete músicos, dois cantores e cinco atores. Todos os artistas fazem a sua própria maquilhagem antes de entrarem em cena. Nesta produção estão representadas 27 nacionalidades.Apesar dos truques acrobáticos, Olaf Triebel descreve este espetáculo com sendo poético, devido à carga emocional da história. “Aqui todos os acrobatas estão a atuar e a representar essas emoções humanas noite após noite. E é isso que faz este show muito especial”, menciona.Por trás da cortina, estão 34 técnicos. Entre eles, encontra-se o português Fernando Cardoso, responsável pelo som do espetáculo. Trabalha há 11 anos com o Cirque du Solei. Já participou em 1700 sessões do Corteo, sendo este é o seu quarto espetáculo para a companhia.Foi um azar de um colega que se magoou que o trouxe para este mundo. “Havia um português que faz parte desta produção que tinha o meu contacto e deu-o. Eu estava em Portugal e fazia festivais. Chamaram-me e depois não voltei”, explica.Fernando Cardoso revela ao DN que durante este espetáculo há 100 canais de som ao vivo. “Só usamos coisas no computador que sejam impossíveis de trazer connosco, de resto é tudo 100% ao vivo. E digamos que, se correr tudo bem, vocês não pensam no som. Se entra uma personagem e não se ouvir a voz, lembram-se do senhor do som”.Um dos rituais na equipa nos bastidores é bater duas palmas sempre que há uma pausa na música. “Toda a equipa que está no backstage o faz. É a nossa forma de desejar sorte ao artista que vai estar a fazer o ato”, conta o chefe de áudio.Este não é o único hábito da equipa no backstage. Por exemplo, Fernando Cardoso cumprimentava sempre um dos artistas, que se reformou recentemente. “Fiquei súper triste porque ele estava sempre sentado em cima de uma das camas a pôr as ligaduras no pulso. Agora ele não está lá”.A grande produção do Corteo viaja de cidade em cidade. Tal como no palco, é preciso uma coreografia para a arrumação de todo o espetáculo. São 25 camiões com materiais e 2700 peças de vestuário que constituem 175 conjuntos. Normalmente, o descarregamento de todo equipamento leva cerca de quatro horas, enquanto a arrumação leva cerca de 12 horas.O diretor artístico afirma ainda que contrataram 100 pessoas locais para ajudar a montar e a desmontar o espetáculo.
A palavra corteo significa procissão alegre em italiano. É assim que a personagem principal do espetáculo da companhia Cirque du Soleil, Mauro, imagina o seu funeral.Corteo está de volta ao Meo Arena, em Lisboa, pela segunda vez até ao dia 20 de abril. A produção irá festejar os 20 anos desde a sua estreia em 2005, em Montreal. Nestas duas décadas já realizou mais de cinco mil espetáculos.“Vinte anos realmente mostra como este espetáculo ainda é relevante. A temática é a família, a amizade e morrer, mas não de uma forma triste. É algo com que todos lidam o tempo todo. E é apenas um bom iniciador de conversas”, disse o diretor artístico do espetáculo, Olaf Triebel, ao DN.Apesar da temática ser relacionada com a morte, não é um espetáculo triste. Pelo contrário, é divertido e para toda a família. Conta a história de Mauro, um palhaço, desde a sua infância até que morre. No entanto, se a morte deste palhaço aconteceu ou não passa de um sonho fica ao critério do público.É no meio do Meo Arena que se encontra o palco circular do Corteo, fazendo com que o público assista ao espetáculo à volta do palco. “Este palco permite ao público estar mais perto. As pessoas vão estar a ver o ator no palco com público no background, a reagir. É quase como se tivéssemos colocado um espelho na frente do público para que eles possam ver-se a si mesmos a assistir ao espetáculo”, acrescenta o diretor artístico. O palco tem 12,5 metros e apresenta duas plataformas giratórias. No seu centro está desenhado um labirinto e é uma réplica do chão da Catedral de Notre-Dame, em França. Já as cortinas do cenário são inspiradas na Torre Eiffel e a pintadas à mão.O espetáculo está dividido em duas partes, tendo um intervalo de 20 minutos para a montagem preparar o palco para o grande final. Durante a pausa, sobem ao palco palhaços para um momento de descontração do público.. “Nós lavamos cerca de 50 quilos de roupa numa semana. Então, precisamos da ajuda das pessoas que vivem na cidade”.Já Camila Babka, responsável pelo guarda-roupa, sublinha que neste espetáculo há muitas trocas de figurinos. “Um figurino tem várias camadas. Então, às vezes, para um look, há oito itens, por exemplo”.Todos os figurinos são produzidos na sede do Cirque du Solei em Montreal e enviados para a equipa de guarda-roupa que se encontra em digressão. Durante a digressão a equipa do guarda-roupa trata da manutenção das peças. “Por exemplo, engraxamos os sapatos, porque tem muito magnésio que eles usam para os truques. E com o tempo esse sapato fica empoeirado. Há sapatos que têm de ser pintados, é preciso trocar os cordões etc.”, afirma Camila Babka. O guarda-roupa conta com cerca de 200 sapatos.Mas a manutenção não é apenas feita no calçado. “Nas roupas que eles vestem é preciso ver se falta algum botão, se a costura está solta, se alguma coisa precisa de ser reforçada. Isto é necessário para que, quando eles estiverem no palco, possam atuar da melhor maneira possível e o figurino não os restrinja no palco”, acrescenta.A produção de Corteo irá seguir viagem pela Europa. O espetáculo seguinte será na Corunha, em Espanha.O preço dos bilhetes varia entre 50 e 97 euros..Esta é a primeira vez que Olaf Triebel está em Portugal e espera ansiosamente para ver a reação do público a esta produção do Cirque du Soleil . “Ouvi dizer que as pessoas portuguesas são realmente reativas e nós amamos tudo isso. Quanto mais o público dá de volta ao palco, mais podemos dar de volta ao público”.Pelo palco passam cerca de 53 artistas. Durante o espetáculo é possível assistir a momentos de comédia, malabarismo, salto e acrobacias a oito metros de altura. Muitos destes truques são feitos por ginastas olímpicos. Para além de diversos acrobatas, atuam sete músicos, dois cantores e cinco atores. Todos os artistas fazem a sua própria maquilhagem antes de entrarem em cena. Nesta produção estão representadas 27 nacionalidades.Apesar dos truques acrobáticos, Olaf Triebel descreve este espetáculo com sendo poético, devido à carga emocional da história. “Aqui todos os acrobatas estão a atuar e a representar essas emoções humanas noite após noite. E é isso que faz este show muito especial”, menciona.Por trás da cortina, estão 34 técnicos. Entre eles, encontra-se o português Fernando Cardoso, responsável pelo som do espetáculo. Trabalha há 11 anos com o Cirque du Solei. Já participou em 1700 sessões do Corteo, sendo este é o seu quarto espetáculo para a companhia.Foi um azar de um colega que se magoou que o trouxe para este mundo. “Havia um português que faz parte desta produção que tinha o meu contacto e deu-o. Eu estava em Portugal e fazia festivais. Chamaram-me e depois não voltei”, explica.Fernando Cardoso revela ao DN que durante este espetáculo há 100 canais de som ao vivo. “Só usamos coisas no computador que sejam impossíveis de trazer connosco, de resto é tudo 100% ao vivo. E digamos que, se correr tudo bem, vocês não pensam no som. Se entra uma personagem e não se ouvir a voz, lembram-se do senhor do som”.Um dos rituais na equipa nos bastidores é bater duas palmas sempre que há uma pausa na música. “Toda a equipa que está no backstage o faz. É a nossa forma de desejar sorte ao artista que vai estar a fazer o ato”, conta o chefe de áudio.Este não é o único hábito da equipa no backstage. Por exemplo, Fernando Cardoso cumprimentava sempre um dos artistas, que se reformou recentemente. “Fiquei súper triste porque ele estava sempre sentado em cima de uma das camas a pôr as ligaduras no pulso. Agora ele não está lá”.A grande produção do Corteo viaja de cidade em cidade. Tal como no palco, é preciso uma coreografia para a arrumação de todo o espetáculo. São 25 camiões com materiais e 2700 peças de vestuário que constituem 175 conjuntos. Normalmente, o descarregamento de todo equipamento leva cerca de quatro horas, enquanto a arrumação leva cerca de 12 horas.O diretor artístico afirma ainda que contrataram 100 pessoas locais para ajudar a montar e a desmontar o espetáculo.