Charlotte Prodger vence prémio Turner com filme realizado com telemóvel

A artista Charlotte Prodger venceu o Prémio Turner com uma curta-metragem filmada com um telemóvel
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A artista, que explora questões ligadas à sexualidade no filme de 30 minutos intitulado "Bridgit", recebeu um dos mais importantes galardões das artes numa cerimónia que decorreu na terça-feira à noite no museu Tate Britain de Londres, no Reino Unido. O trabalho "explora as questões sobre a identidade queer, a paisagem, a tecnologia e o tempo", sublinhou o júri.

A artista de 44 anos disse, na ocasião, sentir-se "submersa pelas emoções". "As histórias que eu conto, apesar de me dizerem respeito e serem pessoais, são também histórias que muitas pessoas queer vivenciaram", comentou, na cerimónia, à cadeia de televisão BBC, após ter recebido o prémio, no valor de 28 mil euros.

Instalada em Glasgow, Charlotte Prodger nasceu em Bournemouth, em 1974, e tem trabalhado com a imagem em movimento, impressa, com esculturas e com a escrita, segundo a organização do prémio. Trabalhou em relativo anonimato durante 20 anos, antes de ser escolhida para representar a Escócia na Bienal de Veneza deste ano. Venceu o prémio com um filme de 32 minutos intitulado Bridgit/ Stoneymollen Trail, um diário pessoal filmado com o seu telemóvel iPhone.

Além da vencedora, eram finalistas do prémio o coletivo Arquitetura Forense, de Eyal Weizman, o investigador Naeem Mohaiemen e Luke Willis Thompson.

A edição de 2018 do prémio criado em 1984 teve como júri o crítico Oliver Basciano, a diretora do Kunsthalle Basel, Elena Filipovic, a responsável de Estudos de Escultura do Instituto Henry Moore, Lisa LeFeuvre, e o escritor Tom McCarthy.

O coletivo Arquitetura Forense foi criado pelo arquiteto israelita Eyal Weizman em 2010, está sediado na escola Goldsmiths, da Universidade de Londres, e dedica-se à investigação do espaço para verificar violações de direitos humanos e crimes por parte de estados e de empresas.

O investigador e artista visual Naeem Mohaiemen nasceu em 1969, em Londres, e cresceu em Daca, no Bangladesh, estando a fazer um doutoramento em Antropologia na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.

Por seu lado, o artista neozelandês Luke Willis Thompson nasceu em 1988 e estudou em Auckland e em Frankfurt, apresentando um trabalho multidisciplinar que aborda as "histórias traumáticas de classe, desigualdade racial e social, violência institucional, colonialismo e migração forçada".

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