Cultura
26 junho 2022 às 06h17

Duran Duran marcaram regresso aos anos de 1980 em pleno Rock in Rio

O terceiro e penúltimo dia de Rock in Rio Lisboa ficou marcado pelo regresso da música dos anos 1980. Aos 40 anos de carreira, Duran Duran brilharam num dia de estreia em Portugal para A-ha, onde UB40 ft Ali Campbell e Bush também fizeram parte do cartaz.

Inês Dias

17 anos depois do último concerto em Lisboa, Duran Duran regressaram em grande para mostrar de que é feita a música pop. A banda que marcou fortemente o panorama musical há quarenta anos arrebatou o palco do Rock in Rio com Wild Boys - hit que deu um início estrondoso ao último concerto do Palco Mundo, num dia que contou com mais de 70 mil pessoas.

Simon Le bon, Nick Rhodes, John Taylor e Roger Taylor mostraram uma energia que aumentava à medida que o concerto avançava. E nem mesmo quando se começava a notar o cansaço na voz de Simon, de 63 anos, isso fez com que o espetáculo perdesse qualquer qualidade para todos os fãs que dançaram durante mais de 90 minutos.

Com A View to a Kill, memórias de 1985 e James Bond de Roger Moore fizeram o público energeticamente gritar "dance into the fire". Já Ordinary World foi sinónimo de "esperança na humanidade" numa mensagem de Simon Le Bon dirigida ao povo ucraniano. "Desejamos-vos amor, vida, felicidade e sucesso", disse, relembrando as atrocidades que ocorrem diariamente na Ucrânia. A atual guerra não ficou indiferente no Parque da Bela Vista, onde a bandeira do país dominou os grandes ecrãs do palco.

Girls on Film mereceu um inesperado medley com Acceptable in the 80's do DJ escocês Calvin Harris. E em Save a Prayer o público fez questão de responder ao apelo por paz com milhares de luzes que iluminaram o recinto.

Já depois do esperado encore, Rio encerrou o alinhamento de 19 êxitos new wave e deixou um público muito satisfeito. Afinal, as altas expectativas foram mesmo superadas.

"Boa noite, Lisboa, tudo bem?". Num português quase perfeito Morten Harket dava as boas-vindas aos milhares de pessoas que por volta das 21h00 já se encontravam coladas ao Palco Mundo.

Num dia marcado por bandas dos anos 1980, os noruegueses A-ha estrearam-se em Portugal num concerto geralmente calmo, mas que foi ganhando força.

A balada Crying in the Rain deu lugar a um momento comovente e dedicado às vítimas de um tiroteio ocorrido horas antes em Oslo e que provocou dois mortos e dezenas de feridos. "Hoje foi um dia triste na Noruega", disse o frontman.

Em Hunting High and Low chegou a vez de dar voz ao público que vibrou e entoou, sem que fosse preciso qualquer acompanhamento. Mas foi a célebre Take On Me que fez com que todos saltassem em êxtase ao som da memorável melodia no piano.

Em pleno final de tarde, UB40 e Ali Campbell subiram ao palco para dar início ao ambiente de festa que se fazia sentir no Rock in Rio. Com Here I am iniciaram o concerto num ambiente descontraído. "Viemos aqui para celebrar", disseram.

Ali Campbell, com 63 anos, encantou o público com a sua voz (que parece não ter envelhecido), mas foi "Uncle Frank", o produtor cujo panamá vermelho combinava com os milhares de chapéus laranjas que caracterizam esta edição do RIR, que realmente cativou o público e o levou dançar.

A banda britânica de reggae apresentou ainda uma versão diferente de Purple Rain, de Prince, que juntamente com os singles Red Red Wine e Can't Help Falling in Love fizeram o público saltar e cantar.

Ainda assim, este foi um espetáculo focado no amor. Beijos e abraços entre casais apaixonados que apareciam com frequência nos ecrãs caracterizaram 1 hora de espetáculo sempre animado.

Os britânicos Bush abriram as portas do Palco Mundo ainda de tarde, quando muitos visitantes aproveitavam para conhecer o recinto. Kingdom deu início ao espetáculo que terminou em Comedown.

Num ambiente rock que contrastou com o ritmo reggae e pop dos outros artistas do cartaz, o vocalista e guitarrista Gavin Rossdale praticamente invadiu a multidão numa demonstração de empatia para com os seus fãs que vibraram ao som dos êxitos da banda.

ines.dias@dn.pt