O Festival Qingming é um dos 24 termos solares do calendário lunar chinês. Juntamente com o Ano Novo Chinês, o Festival do Barco do Dragão e o Festival do Meio de Outono, constituem as quatro principais festas tradicionais da China. Trata-se, o primeiro, de uma ocasião cheia de sihnificado, em que os chineses homenageiam os seus ancestrais e aproveitam para dar passeios primaveris ao ar livre, o que acontece anualmente por volta do dia 5 de abril. Este ano, o Festival Qingming ocorre precisamente hoje, dia 4 de abril..“Uma chuva miudinha cai, como lágrimas no Festival Qingming. Pelas ruas as pessoas caminham com o coração partido.” O poema Qingming , escrito pelo poeta da Dinastia Tang (618-907), Du Mu, é um dos mais conhecidos relacionados com este festival. Retrata a tristeza e o pesar das pessoas caminhando pelas ruas, recordando os seus familiares falecidos, durante o chuvoso Festival Qingming..Neste dia, as pessoas visitam as sepulturas dos seus antepassados para as limpar, remover as ervas daninhas, fazer oferendas de leitão assado, pastéis e frutas, e queimar incensos e notas de dinheiro. .Durante a época do Qingming, comer Qingtuan (bolinho verde) é uma tradição na região a sul do Rio Yantsé, na China. O Qingtuan é feito com o sumo de artemísia misturado com farinha de arroz glutinoso para formar a massa, que é então recheada e cozida a vapor, resultando numa cor verde vibrante, sendo um pastel típico da primavera..Esses costumes têm origem na crença antiga chinesa nos antepassados e nos espíritos. Acreditava-se que os ancestrais e falecidos podem abençoar os seus descendentes. Ao mesmo tempo, prestar homenagem aos antepassados é visto como uma responsabilidade dos descendentes. A prática de limpar os túmulos e honrar os antepassados não só favorece a promoção do respeito filial e o despertar de memórias comuns, como também promove a coesão e o sentido de identidade entre os membros da família e até mesmo da nacionalidade..Além de limpar os túmulos, em algumas regiões da China, também se mantém a tradição de comer pastéis frios durante o Festival Qingming. Por exemplo, no Sul, consome-se o Qingtuan (bolo verde), um bolinho frio tingido de verde com sumo de artemísia, cuja cor simboliza a vitalidade da primavera e também significa a união familiar..Na época do Festival Qingming, com a subida da temperatura e o começo do novo ciclo da natureza, as pessoas aproveitam para passear ao ar livre e desfrutar da bela paisagem da primavera..Além disso, há uma tradição milenar, na China, de plantar árvores durante o Festival Qingming, aproveitando o clima ameno e a ocorrência regular de chuvas, que favorecem a sobrevivência e o crescimento acelerado das novas plantas..Com a chegada do Festival de Qingming, alunos de escolas primárias do Distrito de Guanyun, na Província de Jiangsu, soltam papagaios de papel..Soltar papagaios de papel também é uma prática comum neste festival. Antigamente, as pessoas escreviam maldizeres nos papagaios e, quando levantavam voo, cortavam as linhas, soltando-os. Acreditava-se que, assim, os infortúnios se dissipavam com a sua partida..Atualmente, soltar os papagaios de papel continua a ser uma atividade muito popular durante o Festival Qingming, mas as pessoas não cortam as linhas como antigamente..Em todo o mundo, existem muitos festivais semelhantes ao tradicional Festival Qingming chinês para homenagear os mortos. No Japão, há o Festival Bon, enquanto na Igreja Católica celebra-se o Dia dos Fiéis Defuntos, mais conhecido como Dia de Finados. O mês de novembro é designado pela Igreja Católica como o Mês das Almas do Purgatório, e dia 2 de novembro é o Dia de Finados. Nesse dia, as pessoas participam em missas em memória dos falecidos e praticam orações e atos de caridade com a intenção de ajudar os seus familiares e amigos defuntos a deixarem o purgatório e ascenderem ao paraíso..O Festival Qingming não é apenas um ritual solene para homenagear os antepassados, mas também inaugura a vibrante estação da primavera. A combinação desses elementos proporciona às pessoas uma perspetiva positiva e otimista do futuro, apesar da tristeza de recordar os antepassados, familiares e amigos passados.