Karla da Silva se apresenta no Clube B.Leza nesta quinta-feira (13)
Karla da Silva se apresenta no Clube B.Leza nesta quinta-feira (13)Divulgação / Will Baldon

O que há de bom: as dicas culturais do fim de semana do DN Brasil

Eventos de samba, sertanejo, esquenta de Carnaval e um restaurante para aquecer a alma entre as recomendações para os próximos dias.
Publicado a
Atualizado a

Chegou a quinta-feira, o dia da agenda cultural no DN Brasil com as melhores dicas para o seu final de semana em Lisboa e arredores. Nos próximos dias, destaque para espetáculos de artistas brasileiros para diferentes gostos, além do esquenta de Carnaval da Colombina Clandestina na Musa de Marvila. A dica gastronômica é um clássico português com preço acessível daqueles que este que vos escreve estava com saudades. 

Está no ar a edição semanal da O que há de bom!

Karla da Silva no B.leza

O primeiro destaque da coluna nesta semana é um evento que ocorre já nesta quinta-feira. Semifinalista do The Voice Brasil e atualmente radicada em Lisboa, a carioca Karla da Silva leva o seu novo álbum, Sotak, para o Clube B.leza, situado na região do Cais do Sodré. Sempre trazendo para suas músicas a influência do Camdomblé, religião de origem afro-brasileira da qual é praticante, Karla subirá ao palco do espaço ao lado dos seus conterrâneos Diogo Guanabara (cordas), Junior Castanheira (baixo e programações) e Diogo Presuntinho (percussão). A apresentação está marcada para às 22h e, antes disso, a abertura contará com um ensaio aberto do Bloco Secretinho.

Onde? Cais Gás 1. Lisboa

Quando? Quinta-feira (23), às 22h

Quanto? €10. Disponíveis neste link

Esquenta de Carnaval da Colombina Clandestina

O pré-Carnaval já começou em Lisboa e a cada final de semana os blocos brasileiro vão trazendo para cidade um gostinho cada vez mais acentuado das festividades. Neste sábado será a vez do Colombina Clandestina, um dos maiores de Lisboa, promover uma festa na cervejaria Musa, em Marvila. O esquenta será longo, se iniciando às 15h e indo até às 3h da manhã, com a promessa de trazer muita folia, alegria e cerveja fria. 

Onde? Na Musa de Marvila (R. do Vale Formoso 9. Lisboa)

Quando? Sábado (15), das 15h às 3h

Preço: entrada livre

Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!

Simone Mendes

Samba, forró e pagode para uns, sertanejo para outros. Brasileiros com diferentes gostos musicais estarão contemplados na programação cultural de Lisboa neste fim de semana. Na sexta-feira, no Sagres Campo Pequeno, Simone Mendes, fenômeno do sertanejo no Brasil, onde possui rede massiva de fãs - tem cerca de 40 milhões de seguidores em seu Instagram - apresenta seu primeiro show solo em Portugal. Simone ficou conhecida pela parceria com sua irmã Simaria Mendes, dupla que acabou por se separar em 2022. 

Dois anos depois, Simone lançou seu segundo álbum a solo, Cantando Sua História, que certamente terá músicas contempladas na line-up do show. O espetáculo está marcado para às 22h, com ingressos ainda disponíveis para venda neste link.

Onde? No Sagres Campo Pequeno (Centro de Lazer do Campo Pequeno. Lisboa)

Quando? Sexta (14), a partir das 22h

Preço: ingressos ainda disponíveis por €50 e €65

Antônio Neves na Fábrica Braço de Prata

Na madrugada de sábado para domingo, a Fábrica Braço de Prata recebe um espetáculo do arranjador carioca Antônio de Neves Moraes. A apresentação está marcada para se iniciar à meia-noite. Multi instrumentista, Neves começou a sua carreira de maneira precoce, aos 14 anos, quando começou a tocar samba de gafieira na Lapa, onde rapidamente se destacou ao acompanhar artistas renomados como Teresa Cristina, Hamilton de Holanda e Leo Gandelman. Já foi baterista, trombonista e arranjador tendo como principais influências estilos que vão do samba ao jazz e do rock ao rap. O carioca também já fez arranjos de discos aclamados de artistas como Ana Frango Elétrico e Marisa Monte. 

Onde? Na Fábrica Braço de Prata (R. Fábrica de Material de Guerra 1,  Lisboa)

Quando? Sábado (14), à meia-noite

Preço: €7. Disponíveis aqui.

Clique aqui e siga o canal do DN Brasil no WhatsApp!

Extra: a dica gastronômica da semana

A Ladeira

Voltei de férias do Brasil e desembarquei no Aeroporto de Lisboa na última segunda-feira pela manhã, mas foi só depois das 14h daquele dia, quando adentrei o restaurante A Ladeira, na região do Saldanha, que senti que estava realmente de volta a Portugal. Apaixonado por balcões que sou, já tinha ouvido falar de fontes seguras que, por ali, dava para ter uma refeição com comida típica de bom custo benefício com um ambiente daqueles dos mais clássicos. Foi a escolha certa para o retorno à terrinha. 

Começo por dizer, antes de mais, que não seria fácil para praticamente nenhum restaurante de Lisboa competir com as comidinhas ou comidonas que degustei nas últimas semanas no Brasil. São Paulo, minha cidade, apesar de feia de acordo com a maioria - discordo - é possivelmente uma dos melhores destinos gastronômicos do mundo. Nos dias em que estive por lá, aliás, fui a restaurantes de diversos países que adoraria escrever nesta coluna. 

A multiculturalidade da cidade faz com que seja possível visitar cozinhas que trazem o melhor de países como Japão, Coreia, Taiwan, México, Armênia, Líbano, Itália, Coreia do Sul, e mais dezenas de outros. Fora todos os pratos típicos de casa que despertam nas papilas gustativas de cada comensal, através da memória afetiva, algo que um imigrante raramente poderá sentir fora de seu país. Parênteses a parte, Lisboa também tem muito a oferecer e, não fosse isso, não estaria indo para a trigésima dica gastronômica desta coluna e recomendando a curiosa Ladeira. Portanto vamos lá.

Não faz muito tempo que escrevi aqui sobre a Rampa, na inclinada rua Nogueira e Sousa, que, por suas características geográficas, deu o nome à casa. O leitor e a leitora podem e devem imaginar que a Ladeira, portanto, se situe em caminho com similar inclinação, mas por ali o caso é um pouco diferente. A ladeira com minúscula fica dentro da Ladeira com maiúscula. 

No piso térreo de um simpático prédio de azulejos azuis com sete andares na Avenida Marquês de Tomar, é através de um declive que se chega ao restaurante. Ao descer a ladeira e me deparar com o balcão de metal, os ganchos para pendurar agasalhos nas paredes de madeira, a toalha quadriculada que acolhiam jarras de vinho e, especialmente, o simpático ou carrancudo senhor que me recebeu à mesa, não tive dúvidas: estava no lugar certo.

A comida já havia virado mero detalhe perante o conforto que sentia na Ladeira, na verdade, ainda influenciado pelo fuso horário, não tinha muita fome. Mesmo assim, como haviam me confidenciado, boa e barata, não desiludiu. O senhor que infelizmente me esqueci do nome, mas que retorno para editar na coluna assim que me lembrar, sugeriu o bife à casa, mas fui na segurança e, para pôr mais um na lista, experimentei o bitoque. 

Longe de ser dos melhores que já comi, mas ainda mais de estar na lista dos piores. O bife, apesar de estar já meio no fim de festa - cheguei para comer tarde, como disse no início do texto - veio nervoso (leia-sê, um pouco tomado por nervos) mas no ponto correto, malpassado. As batatinhas tinham melhor cara do que gosto, infelizmente eram congeladas, mas o prato me ganhou, vejam só, pelo arroz (com grelos e cenoura) e o ovo (simplesmente perfeito). O tamanho também é de se admirar, confiram comigo no replay. 

Esse pratão saiu por singelos €11,5, preço similar ao muito bem feito salmão grelhado pedido pela minha companheira. Das mesas ao lado, pratos de bacalhau, iscas e carne de porco a alentejana chamaram a atenção e provavelmente serão objetos de análise nas próximas visitas à Ladeira. 

No total, com umas azeitonas e pãezinhos aqui e ali, meio jarro de vinho tinto e outro de branco, água e gorjeta, a conta ficou nos €30 para duas pessoas. Nada mal para a quantidade e qualidade da comida, o vinho servido, o atendimento e o conforto da casa. Além da localização, é claro, situado em pleno bairro do Saldanha, ideal tanto para uma refeição na correria durante o almoço, quanto para jantares de grupo à noite. Provavelmente voltarei muitas vezes.

Onde? Na Ladeira (Av. Marquês de Tomar 33B. Lisboa)

Preço: €10 - €15

nuno.tibirica@dn.pt

O DN Brasil é uma seção do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil.

Karla da Silva se apresenta no Clube B.Leza nesta quinta-feira (13)
"Rebela e Rebola": Colombina Clandestina quer levar 20 mil foliões para as ruas de Lisboa

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt