"O ano de 2021 foi muito parecido com 2020", disse o gestor, reconhecendo que, no ano passado, a construtora sofreu "alguns impactos" devido à pandemia, sendo que a maior parte destes efeitos foi na atividade internacional.."Houve uma redução da mobilidade das pessoas. Foi mais difícil fechar contratos e tomar decisões de novas adjudicações", salientou António Carlos Rodrigues, realçando, no entanto, que em Portugal o negócio "até acabou por ser positivo".."Fruto do que vinha a ser o trabalho de 2019, e porque já havia uma carteira contratada, 2020 em Portugal até acabou por representar uma duplicação da atividade", adiantou, realçando que o facto de muitos trabalhadores que normalmente estavam fora do país terem regressado a Portugal levou a que houvesse "uma capacidade de produção instalada acima do normal"..De acordo com o presidente da Casais, a faturação de 2020, de perto de 520 milhões de euros, ficou abaixo da obtida em 2019 em perto de 4%, um valor que, tendo em conta a pandemia, o gestor considerou "positivo"..O grupo conta neste momento com uma carteira de obras da ordem dos 650 milhões de euros, revelou ainda..O presidente da Casais reconheceu que um dos principais problemas do setor neste momento é a falta de mão-de-obra, mas sublinhou que esta questão não afeta só a área da construção.."Tenho falado com empresários e todos se queixam do mesmo, da falta de capacidade em encontrar pessoas qualificadas", referiu, explicando que no caso da construção, o facto de haver mobilidade de trabalhadores entre países pode acentuar o problema. "É frequente num dia o trabalhador estar em Portugal e amanhã na Bélgica, Alemanha, Espanha", indicou.."Depois da crise de 2008 houve uma diminuição com a redução do investimento público e privado e passamos de 600 mil trabalhadores no setor para 200 mil", recordou, alertando que estes valores nunca foram recuperados..O grupo, que emprega cerca de 4.600 pessoas, resolveu organizar um evento para atrair talento para todas as áreas, que o presidente considera que não é uma iniciativa "de recrutamento".."Com a mudança que vai ocorrer na nossa indústria, torna-se muito difícil descrever um perfil de competências como antigamente se fazia. É tão difícil descrever para recrutar que o que temos de fazer é partilhar um pouco o que fazemos com profissionais de vários setores", realçou..O presidente da Casais garantiu ainda que continua a haver necessidade "de muitas infraestruturas, e de uma forma sustentável".."É importante que se façam as infraestruturas que são precisas para o futuro, aproveitando esta onda de investimento e impulsionando a formação", referiu, garantindo que "o nível de competitividade global vai aumentar".