O Observatório Vera C. Rubin divulgou as primeiras imagens que capturou com o seu novo telescópio: duas nuvens interestelares e um conjunto longínquo de galáxias. Estes três objetos são apenas a porta de entrada para o que se prevê que seja um passo enorme na compreensão e na visão do Universo.As ambições são grandes, ou não fosse este o telescópio mais poderoso (mas não o maior) de sempre. Com 3200 megapíxeis, é a câmara mais poderosa alguma vez construída, o que se espera seja suficiente para ter um novo olhar do Universo.Isto permitiu obter as imagens que esta segunda-feira, 23 de junho, foram divulgadas. Numa delas, duas nebulosas (nuvens de gás e poeira interestelar), Trífide e Lagoa, localizadas entre 5000 a 9000 anos-luz da Terra, na Constelação de Sagitário. Não é a primeira vez que foram captadas, mas nunca foram vistas com tanto detalhe. A outra tem como pano de fundo duas galáxias em espiral, que ‘posaram’ para o Vera C. Rubin, enquanto parte da Constelação de Virgem, a 55 milhões de anos-luz do nosso planeta..Construído há quase 30 anos, localizado nos Andes chilenos, o observatório prevê visualizar, com recurso a esta nova câmara, um total de 40 mil milhões de estrelas, galáxias e outros objetos celestes. Além de registar todos estes corpos, a intenção do Vera C. Rubin é também guardar as imagens que obtiver. Com isto, os cientistas conseguem olhar para “praticamente qualquer lado”, como destacou Aaron Roodman, diretor da Construção do observatório, citado pelo jornal The Guardian.Só no primeiro teste (que durou dez horas e onde foram captadas as imagens divulgadas), os cientistas já descobriram mais de 2100 asteroides. Esta ambição de descobrir mais do que já se conhece está, aliás, plasmada no nome do observatório. No século XX, a astrónoma Vera C. Rubin indicou as principais provas da existência de matéria escura, que há muito os cientistas procuram e que continua um mistério. No fundo: só se conhecem cerca de 5% de todo o material e energia cósmica existentes. Sobre tudo o resto (que será energia e matéria escura) não há grandes conhecimentos, visto que não se conseguem detetar diretamente. Uma deteção da matéria escura só poderá acontecer olhando para a forma como o Universo se ‘movimenta’ e como os astros se distribuem pelo Espaço. Isto porque, como a própria Vera C. Rubin indicou, a rotação fora das galáxias é maior do que deveria, o que indicia a existência de uma força não conhecida (visto que a gravidade não existe no Espaço) e que, ao que tudo indica, será a matéria negra..Telescópio espacial James Webb capta primeira imagem dos gelos primitivos do Sistema Solar.Telescópio Hubble capta sorriso no espaço