Marcelo propõe estatuto de exceção para a Cornucópia
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, propôs hoje a criação de um estatuto especial para o Teatro da Cornucópia para que a companhia possa continuar a sua atividade sem ter que concorrer aos apoios financeiros atualmente disponíveis na Direção-Geral das Artes.
O Presidente da República chegou ao teatro do Bairro Alto em Lisboa pouco depois das 15.00, meia hora mais cedo do que o previsto, para ter tempo de falar com os atores e todas as pessoas da companhia antes do recital previsto para as 16.00. Foi recebido pela cenógrafa e codiretora da companhia a quem perguntou de imediato: esta decisão é irreversível?
Cristina Reis admitiu que há conversações em curso com o Ministério da Cultura mas que não acredita que seja possível chegar a qualquer decisão até 28 de dezembro, data limite para a Cornucópia concorrer aos apoios plurianuais. "Chegamos ao limite das nossas capacidades", disse.
[citacao:Chegámos ao limite das nossas capacidades]
Mas o presidente insistiu. Aceitaria Luís Miguel Cintra, o encenador e codiretor da companhia, esse estatuto especial? "Talvez. Não digo que não", respondeu Cristina Reis, apesar de continuar a dizer: "compreendo que seja difícil tomar uma decisão de exceção porque sei que já temos uma situação privilegiada em relação a outros grupos. O que eu digo é que quero acabar porque não aguento esta situação ".
[citacao:a vossa estrutura é especial e até aqui tem sido tratada como se fosse igual às outras]
À conversa juntou se então o Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, também presente no teatro, que admitiu: "a vossa estrutura é especial e até aqui tem sido tratada como se fosse igual às outras", lembrando que neste momento o regulamento do apoio às artes está a ser repensado. Sem se comprometer, o ministro declarou que as conversações entre a tutela e a Cornucópia vão continuar.
A conversa terminou com palavras de esperança por parte do Presidente da República, lembrando que assistiu ao Misantropo, o primeiro espetáculo da companhia de teatro Cornucópia em 1973. A Cornucópia vai ou não acabar quiseram saber os jornalistas no final: as conversas nunca acabam, respondeu o ministro.
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