Von der Leyen elogia Portugal por abertura para receber crianças refugiadas
A oferta do governo português para que o país possa receber no seu território um número de crianças que estão a chegar à fronteira turca com a União Europeia foi hoje elogiada pela presidente da Comissão Europeia, no discurso de balanço dos primeiros 100 dias de mandato, em que falou de velhas e novas crises.
"Nestes tempos difíceis, todos sentimos que as pessoas nos Estados-membros estão a pedir mais Europa", disse a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, considerando que é preciso "fazer mais, agir mais nas fronteiras, agir mais no apoio às migrações, no coronavírus".
Os motores ainda mal aqueceram e crises não faltam. Migrantes, Brexit, um orçamento por aprovar e agora um vírus temível que exige uma resposta à altura.
"Estamos obviamente a acompanhar de perto os desenvolvimentos em Itália, onde o governo anunciou novas medidas, para conter a propagação do vírus, temos na Comissão uma equipa de resposta ao coronavírus, que está a trabalhar com os Estados-membros.
Numa referência à situação na fronteira com a Turquia, Von der Leyen considerou que as crianças não podem deixar de ser ajudadas e afirma que já há respostas positivas de alguns estados membros para acolher os menores não acompanhados, por exemplo Portugal.
"Felizmente, já obtivemos respostas positivas, por exemplo de França, Portugal, Luxemburgo, Finlândia, da Alemanha", anunciou, salientando que estes "vão agir perante a situação descontrolada, recebendo menores não acompanhados para estes Estados-membros, mas claro que, com o passar do tempo mais ajuda será necessária".
Agora é preciso olhar para o futuro e pensar que em menos de 300 dias terá de haver o novo orçamento de longo prazo aprovado.
"Sem um novo orçamento, não teremos capacidade para responder adequadamente. Estamos no final do orçamento atual. O período de sete anos está quase esgotado. E, se olharmos para as tarefas à nossa frente, estamos a encurtar a flexibilidade para agir perante as crises que estamos a encarar agora", disse no balanço dos primeiros 100 dias de mandato.