Rússia denuncia "interferência" dos Estados Unidos na crise da Venezuela

Para os russos, a interferência de Washington é "é uma grave violação da lei internacional".
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O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, criticou hoje duramente o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo pela "interferência" na crise política na Venezuela.

Uma nota do gabinete do ministro disse hoje que Lavrov e Pompeo falaram por telefone, por iniciativa dos Estados Unidos.

De acordo com a mesma fonte, "o foco foi a situação na Venezuela, onde um dia antes a oposição (...) tentou tomar o poder" com o "evidente apoio" dos Estados Unidos.

Os russos consideram que "a interferência de Washington na ordem interna daquele Estado soberano, inclusive apoiando a mudança dos seus líderes, é uma grave violação da lei internacional". E defendem que a "continuação desta agressiva atitude trará sérias consequências."

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse hoje que uma "ação militar" é "possível", se for "necessária" para favorecer a transição política na Venezuela.

"A ação militar é possível. Se for necessário, é o que os Estados Unidos farão", afirmou Pompeo numa entrevista à estação de televisão norte-americana Fox.

"Nós preferíamos uma transição pacífica para o poder, com a saída de Maduro e a realização de novas eleições, mas o Presidente [Trump] deixou claro que, num certo momento, é preciso saber tomar decisões", acrescentou Pompeo.

"Ele está pronto a fazer o que for preciso", disse ainda o secretário de Estado.

As autoridades norte-americanas reforçaram na terça-feira as pressões sobre as chefias militares e figuras chave do regime para que apoiem o levantamento liderado pelo autoproclamado Presidente interino Juan Guaidó e responsabilizaram a Rússia e Cuba por Maduro se manter no poder.

Juan Guaidó desencadeou, na madrugada de terça-feira, um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro, em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.

O regime ripostou considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado. Não houve, durante o dia de terça-feira, progressos na situação, que continua dominada pelo regime.

Alguns utilizadores indicaram, ao longo do dia, que perderam o acesso a redes sociais (como Twitter, YouTube ou Facebook), enquanto as comunicações telefónicas estiveram muitas vezes interrompidas.

Face à situação que se vive na Venezuela, o Governo português já indicou que, até ao início da noite de terça-feira em Portugal, não havia registo de problemas com a comunidade portuguesa.

As forças de segurança venezuelanas usaram hoje de manhã gás para dispersar manifestantes opositores do Presidente Nicolas Maduro, que juntou uma classe média na zona oeste de Caracas.

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