Venderam-se menos de 6000 carros em maio. Pior que no tempo da troika
As vendas de automóveis caíram 71,6% em maio, para um total de 7579 unidades. Apesar de os concessionários terem voltado a abrir portas logo em 4 de maio, essa medida foi insuficiente para travar a forte quebra de procura por veículos novos, segundo os dados revelados esta segunda-feira pela ACAP - Associação Automóvel de Portugal.
A ACAP afirma mesmo que o setor automóvel "é um dos dos mais afetados" pela crise pandémica: além da forte descida de vendas, há ainda um "elevado número de trabalhadores em lay-off", segundo a nota de imprensa.
Os veículos ligeiros de passageiros sofreram uma quebra de 74,7%, para 5741 unidades. No mesmo mês de 2019, tinham sido matriculadas 22 724 unidades deste tipo de automóveis. A Mercedes liderou as vendas de carros ligeiros em maio, com 756 unidades, seguida da Renault (601 unidades) e da Peugeot (576 unidades). Apesar disso, a Renault continua a liderar as matrículas de automóveis em Portugal: desde o início do ano já vendeu 6239 unidades (-54,8% face ao mesmo período do ano passado).
Nos ligeiros de mercadorias, a quebra de vendas foi menos acentuada: registaram-se 1691 unidades, menos 51,3% face ao período homólogo de 2019. Nos veículos pesados, a quebra é de 68,5%, para 147 unidades. Maio foi o terceiro mês consecutivo em que as vendas de automóveis foram fortemente travadas pelos impactos do novo coronavírus. Em março, as matrículas caíram 56,6%; em abril, o mercado automóvel nacional recuou 84,6%, superando o registo negativo de fevereiro de 2012, em pleno período da troika.