Variante inglesa está a aumentar a uma taxa de 70% por semana em Portugal

Instituto Ricardo Jorge estima que em Portugal tenham existido já mais de 30 mil casos da variante britânica do SARS-CoV-2 e alerta que, ao ritmo a que está a crescer, pode significar 60% dos novos casos de covid-19 daqui a três semanas
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Numa nota à comunicação social, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) confirma um grande aumento da prevalência da variante britânica do novo coronavírus em Portugal. Segundo os dados estimados pelo INSA, desde o início de dezembro terão já circulado no país cerca de 30 mil casos, sendo que na segunda semana de janeiro esta representou 13% das novas infeções registadas.

De acordo com as informações enviadas pelo INSA, nos dados analisados até este dia 20 de janeiro verifica-se um grande crescimento relativo da nova variante, a uma taxa de 70% por semana, face ao total de novos casos registados. Pelo que, adverte o laboratório, "as estimativas apontam para que, daqui a três semanas, esta variante possa representar cerca de 60% de todos os casos COVID-19 em Portugal".

"Para a determinação desta prevalência foi utilizada uma ferramenta em tempo real, desenvolvida no âmbito da colaboração entre o INSA e a Unilabs, em que, através da sequenciação genómica, foi determinada uma correlação forte entre a falha na deteção do gene "S" em alguns testes de diagnóstico e a presença da variante do Reino Unido, com um valor preditivo acima dos 95%, permitindo estabelecer a prova de conceito da validação da utilização deste gene para a identificação da "variante do Reino Unido", explica o comunicado do INSA.

"Estima-se que a frequência relativa da variante VUI-202012/01 em Portugal não dependa do número de infetados. Dado ser mais transmissível, ela aumentará naturalmente ao longo do tempo mesmo que o número de casos diminua, como se espera que aconteça com o confinamento. Em face desta realidade, é da maior importância o cumprimento escrupuloso das medidas de confinamento decretadas", sublinha o Instituto Ricardo Jorge.

De resto, acrescenta a nota, " os dados acumulados, até à data, mostram que não existe diferença na distribuição etária dos casos COVID-19 com e sem a variante do Reino Unido. Para ambos os grupos, as faixas etárias mais atingidas são dos 20 aos 50 anos."

Em relação às variantes do "Brasil" e da "África do Sul", não foram identificados, até à data, quaisquer casos, informa o INSA.

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