Usaram dinheiro das festas para fazer testes serológicos. Imunidade é 12%
As festas em honra da padroeira da pequena localidade de Navas de San Antonio, na província de Segovia, Espanha, foram canceladas e a autarquia decidiu usar as verbas que se destinavam às festividades na realização de testes serológicos. Os resultados chegaram agora: 12,21% dos 303 habitantes testaram positivo ao coronavírus nos testes sorológicos que a autarquia realizou em todos os habitantes com mais de quatro anos. Isto significa que existem 37 infetados, dos quais 32 revelaram ter anticorpos desenvolvidos - corresponde a uma imunidade de cerca de 12%.
Os resultados dos testes foram divulgados pela autarquia, segunda relata a agência EFE. Dos 303 residentes que foram submetidos ao teste - praticamente todos os habitantes que no total são 328 - 37 apresentaram resultados positivos, dos quais 32 desenvolveram imunidade e cinco tiveram uma ligeira fase de infeção que o seu próprio sistema imunológico resolveu já que os testes subsequentes foram negativos.
O autarca da cidade, Luis Miguel Pérez esclareceu, antes da realização da iniciativa, que Navas de San Antonio, não registava uma incidência especial do vírus. Quando tomaram a decisão, só uma residente tinha informado o médico local da presença de sintomas e foi colocado em quarentena em casa.
Os testes sorológicos foram encomendados a uma clínica particular e o custo de cada um rondou os 60 euros. Terão sido assim gastos perto de 2000 euros.
Todas as pessoas registadas na localidade tiveram acesso ao teste gratuitamente e aqueles que não tinham registo oficial também podiam fazer o teste desde que suportassem os custos.
A decisão de usar o dinheiro reservado paras festas da cidade não mereceu grandes dúvidas ao presidente da Câmara. "Sou alcaide há muitos anos e, se o cargo ensinou alguma coisa, é que o primeiro, o segundo, o terceiro e o quarto deveres devem ser garantir o bem-estar das pessoas. E não há melhor maneira de usar o dinheiro do que na saúde das pessoas", disse o autarca Luis Miguel Pérez, que enfrenta agora uma segunda preocupação com o regresso à terra, durante o Verão, de muitos descendentes de locais.
"Nos anos 1960, muitos moradores desta cidade foram para Madrid em busca de trabalho. Aqueles que agora regressam no Verão ou nas férias são filhos deste povo. Como podemos não querer que eles venham? É claro que terá de ser com as máscaras, a distância de dois metros. Temos de ser cautelosos", disse à imprensa espanhola.