Uma tradição americana de inspiração britânica
Perpetuando uma tradição inaugurada por George Washington, todos os anos o Presidente norte-americano avalia a situação do país, faz um balanço do ano que passou e dá a conhecer os seus planos para a nova legislatura.
Durante o discurso do estado da União, proferido no Congresso, toda a Administração está presente à excepção de uma pessoa. A mando do Presidente, um secretário permanece num local seguro. Em caso de ataque ao Parlamento, será ele a assumir o poder.
O acontecimento está envolto numa série de procedimentos protocolares, que inclui um convite formal ao Chefe do Estado. No dia do discurso, pelas 20.30, os membros do Congresso estão já sentados nos seus lugares. Meia hora depois é declarada a chegada do Presidente. Rebenta uma ovação. Em seguida é anunciado o início do discurso: "Membros do Congresso, tenho o grande privilégio e a honra de vos apresentar o Presidente dos Estados Unidos."
Esta é uma tradição centenária nos Estados Unidos, mas foi importada de Terras de Sua Majestade .
Inspirado pelo chamado Discurso do Trono britânico, lido anualmente pelo monarca em Westminster desde o século XVI, o primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington, dirigiu-se pela primeira vez ao Congresso em Janeiro de 1790. Mas nem todos os presidentes quiseram fazer esta comunicação em público. Thomas Jefferson considerava que se tratava de um acto demasiado monárquico e em 1801 limitou-se a enviar o discurso por escrito.
Durante mais de um século, a declaração foi designada como "mensagem anual do Presidente ao Congresso". O termo "estado da União" só viria a ser cunhado em 1934, quando Franklin D. Roosevelt usou a expressão.
Apesar de a Constituição exigir que o Presidente americano apresente "informações sobre o estado da União", não obriga a que o relatório tome a forma de discurso.