Um dicionário que brinca com as palavras e com o que elas dizem

<em>Dicionário do Menino Andersen</em> será lançado durante o encontro O Que Um Livro Pode - Um Passeio Ilustrado pela Infância
Publicado a
Atualizado a

"Ombro: é o sítio onde os amigos deixam que ponhas os pés para subires ao cimo de uma árvore." Que bela definição esta. Mas há mais. No Dicionário do Menino Andersen, o livro que Gonçalo M. Tavares escreveu e Madalena Matoso ilustrou, encontram-se elencadas definições extraordinárias para objetos e ações do dia-a-dia das crianças. Se a banheira é "uma piscina egoísta porque só dá para uma ou duas crianças", a imensidão do mar deixa-nos com uma dúvida: "Quem é que dá banho a todos estes peixes?" E, para mergulhar, nada melhor do que usar um fato de banho que é uma peça de roupa pequenina, "que ainda não cresceu".

O escritor explica que a ideia deste dicionário é "olhar para as palavras, um olhar antes de tudo o que se sabe dessa palavra, olhar para a palavra como um material que pode ser partido ao meio, virado do avesso, visto de perto ou de um ângulo insólito". O resultado final é uma espécie de "manual técnico-poético", comenta o autor.

E, apesar da aparente simplicidade das explicações, aqui há espaço para citar Rafael Alberti para tentar definir poesia: "Qual a velocidade de um cavalo parado? É a velocidade dos teus olhos, da atenção que dás às coisas imóveis. A poesia é isso (ou mais ou menos isso)."

O Dicionário do Menino Andersen, editado pela Planeta Tangerina, é apresentado nesta noite (21.00) pelos autores na sessão de lançamento integrada no encontro O Que Um Livro Pode - Um Passeio Ilustrado pela Infância, que se realiza entre hoje e domingo no espaço Rua das Gaivotas, 6, em Lisboa.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt