Um "cisne negro" que ameaça a economia mundial. Recessão à vista?

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É o que os economistas chamam de cisne negro - um fenómeno imprevisível, raro e de consequências incertas e, por vezes, severas. O coronavírus (covid-19, na denominação oficial) surgiu do nada na China e pode causar danos sérios na economia mundial, não ficando circunscrito às fronteiras do gigante asiático. E é precisamente por causa desse gigantismo assumido na última década e meia que os efeitos colaterais do novo vírus podem ser maiores.

A importância da China nas cadeias de valor do comércio mundial e a massa de turistas que o país alimenta todos os anos são apenas dois dos canais por onde o covid-19 pode afetar as economias de todo o mundo.

O impacto é de tal forma certo que os principais organismos internacionais já começaram a incorporar os efeitos nas previsões mais recentes, retirando algumas décimas ao crescimento previsto para este ano. Por exemplo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) retirou uma décima ao crescimento global e quatro às previsões para o produto interno bruto (PIB) chinês. A diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, deixou claro na reunião dos governadores dos bancos centrais e ministros das Finanças do G20 que o covid-19 é uma emergência global de saúde, assumindo que o impacto será "relativamente pequeno e de curta duração", mas quaisquer previsões são neste momento um tiro no escuro.

Na segunda-feira, dia 2 de março, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) vai divulgar as previsões intercalares, incorporando já os impactos do coronavírus nas previsões da instituição sediada em Paris.

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