Tunísia proíbe uso do véu islâmico em instituições públicas "por segurança"

A decisão do chefe de Governo tunisino ocorre após o duplo atentado suicida em 27 de junho em dois locais diferentes em Tunes, capital da Tunísia.
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O primeiro-ministro tunisino, Youssef Chahed, decidiu esta sexta-feira proibir "por razões de segurança" o acesso a administrações e instituições públicas a quem use o niqab (véu islâmico), indicou a presidência do Governo à agência de notícias francesa AFP.

Segundo a mesma fonte, Youssef Chahed assinou uma nota oficial "proibindo o acesso a locais da administração e instituições públicas, a qualquer pessoa com o rosto escondido", indicando que "a decisão foi tomada por razões de segurança".

A decisão do chefe de Governo tunisino ocorre após o duplo atentado suicida em 27 de junho em dois locais diferentes em Tunes, capital da Tunísia.

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou o duplo atentado que provocou um morto e oito feridos.

Em fevereiro de 2014, o Ministério do Interior autorizou a polícia a realizar um "maior controlo" de pessoas que usavam o niqab, justificando essa medida pela luta contra "o terrorismo", em particular "devido ao uso do niqab de suspeitos (...) para disfarçarem-se e fugirem à justiça".

O niqab, véu que cobre a cara e cabelo exceto os olhos, não foi tolerado sob o regime deposto de Zine El Abidine Ben Ali, que impiedosamente reprimiu todas as formas de islamismo, contudo tem crescido desde a revolução de janeiro de 2011 e desencadeou debates entre ativistas políticos seculares e islamitas.

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