Trump: "Todas as opções na mesa". Kim Jong-Un: "A culpa é dos EUA"

EUA condenaram o lançamento de um míssil norte-coreano que sobrevoou Japão. Coreia do Norte diz estar a defender-se
Publicado a
Atualizado a

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse esta terça-feira que estão a ser consideradas todas as opções para lidar com a Coreia do Norte, que esta madrugada lançou mais um míssil. Do outro lado do oceano Pacífico, a Coreia do Norte, através do embaixador na ONU, disse estar apenas a defender-se dos Estados Unidos e atribuiu as responsabilidades deste clima de tensão ao governo de Washington.

O comunicado da Casa Branca foi divulgado horas depois de Pyongyang ter lançado um míssil que sobrevoou o Japão e caiu no oceano Pacífico.

"O mundo percebeu claramente a última mensagem da Coreia do Norte: este regime demonstrou o seu desprezo pelos vizinhos, por todos os membros das Nações Unidas e pelos padrões mínimos de comportamento diplomático aceitável", dizia o comunicado de Donald Trump.

O curto texto terminava com a frase "todas as opções estão sobre a mesa".

[twitter:902496808693313536]

Por sua vez, a Coreia do Norte afirma ter "direito à autodefesa", face às "intenções hostis" mostradas pelos Estados Unidos, que participam em exercícios militares em conjunto com a Coreia do Sul. Pyongyang classifica estes exercícios como uma provocação para "atirar achas para a fogueira".

[citacao:Estados Unidos devem ser responsabilizados pelas consequências catastróficas]

"O meu país tem todas as razões para responder com contramedidas firmes, exercendo o seu direito à autodefesa", disse esta terça-feira o embaixador da Coreia do Norte na ONU.

Pyongyang "continuará a reforçar as suas capacidades de defesa com o poder nuclear enquanto os Estados Unidos mantiverem a sua ameaça nuclear e as manobras militares", continuou. "Os Estados Unidos devem ser responsabilizados pelas consequências catastróficas que daí decorrerão".

Han Tae-Song fez estas declarações na conferência sobre o desarmamento da ONU em Genebra, horas depois da Coreia do Norte ter disparado o último míssil balístico, que sobrevoou o Japão.

Como resposta, poucas horas após o lançamento, a Coreia do Sul fez um exercício militar para demonstrar a sua capacidade para destruir Pyongyang. Seul lançou oito bombas MK 84, com cerca de 900 quilos cada, a partir de quatro caças F-15K.

"O exercício reconfirmou a capacidade da Força Aérea da Coreia do Norte para destruir a liderança do inimigo em caso de emergência", disse o porta-voz do presidente sul-coreano Moon Jae-in.

[artigo:8734407]

O Japão considerou o lançamento "inaceitável" e disse que este representa "uma ameaça grave e sem precedentes que prejudica consideravelmente a paz e a segurança na região". O país vai tomar "todas as medidas" necessárias para assegurar a segurança da população, declarou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.

Donald Trump transmitiu esta terça-feira a Abe "o seu forte compromisso" de que "está a 100% com o Japão".

No sábado, a Coreia do Norte disparou três mísseis de curto alcance no mar do Japão, quando milhares de soldados norte-americanos e da vizinha Coreia do Sul participavam em manobras, no âmbito de exercícios militares anuais, na Península Coreana.

O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se de urgência a pedido de Washington e de Tóquio. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o lançamento do míssil e apelou à Coreia do Norte que cumpra as suas obrigações internacionais e "trabalhe para a reabertura dos canais de comunicação".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt