Troço nascente requalificado por 7 milhões de euros
O anúncio de abertura do concurso público foi hoje publicado no Diário da República (DR).
Um dos objetivos da obra é resolver "a questão do canal que chegou a estar destinado ao metro, contribuindo para facilitar o acesso à nova entrada do parque de estacionamento da Casa da Música", anunciava a revista municipal Porto Sempre de outubro de 2011.
Em janeiro, fonte oficial da instituição revelou à Lusa o interesse em que a obra incluísse, na placa central da avenida, a entrada para o parque de estacionamento prevista no projeto de arquitetura.
O contrato para a "Empreitada de Requalificação da Avenida da Boavista (Troço Nascente) e Áreas Adjacentes", publicado no DR, tem como "preço base" sete milhões de euros e será adjudicado à "proposta economicamente mais vantajosa".
Para a execução da totalidade da obra é fixado um "prazo de execução de 600 dias", mas a Câmara determina também "prazos parciais vinculativos" para as várias fases da empreitada.
A primeira e segunda fase dos trabalhos" têm de estar concluídas 240 dias a contar da data da primeira "consignação da empreitada", a terceira e quarta fases da obra devem ficar terminadas 210 dias depois da segunda consignação, e às obras da quinta e sexta fases foi atribuído o prazo de execução de 150 dias.
Os potenciais interessados têm 48 dias (a contar de sexta-feira, data de envio do anúncio para o DR) para apresentar propostas, que devem manter durante 66 dias.
A Câmara do Porto concluiu no fim de 2011 a requalificação do troço poente da Avenida da Boavista, orçada em 800 mil euros, e anunciou a intenção de avançar para o troço nascente (entre a rotunda da Boavista e o Bessa) de uma das mais importantes vias de circulação da cidade.
A divulgação foi feita na revista municipal Porto Sempre de outubro de 2011 e apontava o projeto do troço nascente como o "próximo a avançar, se o orçamento municipal o permitir".
A publicação acrescentava ser vontade da Câmara que a empreitada decorresse "em articulação com a requalificação da rua de Agramonte", que mereceu o apoio do QREN -- Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007/2013", entretanto "desviado para a obra de requalificação do Carvalhido".
O projeto de arquitetura da Casa da Música e zona envolvente incluía uma entrada (e saída) para o parque de estacionamento da instituição na placa central da avenida, em frente à instituição, mas a ideia não se concretizou.
Para o local esteve também pensada a linha de metro da Boavista (atirada, em 2008, para uma terceira fase de expansão do metro) e um trajeto pedestre subterrâneo até à Avenida de França, motivo pelo qual ali estão colocados carris.
O túnel, nunca utilizado, foi pago pela Metro do Porto no âmbito do projeto de requalificação da envolvente à estação da Casa da Música, afirmou em janeiro à Lusa fonte da empresa.
A mesma fonte lembrou que apenas "parte do túnel ficou feito".
Em julho, a Câmara do Porto comprometeu-se a estudar a sugestão do PS para aproveitar a passagem subterrânea com vista a ligar a Casa da Música a um futuro "jardim da música" situado na rotunda da Boavista.
"Eu não acho que seja assim tão simples aproveitar o túnel feito pela Metro para ligar a estação da Boavista à da Avenida de França", alertou na altura o vereador do Urbanismo da autarquia.
Gonçalo Gonçalves avisou que o túnel está feito "em tosto" e "cheio de terra", sendo necessário "fazer o chão e as infraestruturas" para qualquer eventual aproveitamento.