Todd Stashwick: "É muito divertido fazer de vilão"

Ator, argumentista, autor de banda desenhada, e <em>geek</em> assumido, Todd Stashwick, de 50 anos, é um dos convidados da Comic Con 2019 que se realiza até domingo, 15 de setembro, no Passeio Marítimo de Algés.
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Na edição portuguesa da Comic Con o norte-americano tem participado em várias palestras e esta sexta-feira à tarde vai falar num painel sobre vilões. O filão de personagens que tem moldado a sua carreira em séries como "Riches", "Supernatural", "O Exército dos 12 macacos", "Riches" e mais recentemente no filme da Disney "Kim Possible". Ele, que começou a carreira a fazer comédia em Chicago e mais tarde no "Saturday Night Life", diverte-se com isso e conta-nos porquê.

Nos últimos anos tem interpretado papéis de vilões atrás de vilões. São personagens que lhe assentam bem?
O mais engraçado é que quando comecei a ser ator a minha aposta foi na comédia. Participei no "Saturday Night Life" em Nova Iorque, em 1985, e fiz comédia stand up em Chicago. Mas, curiosamente, um dos primeiros trabalhos que fiz quando cheguei a Los Angeles foi na série Angel, um spinoff de Buffy, a Caçadora de Vampiros, em que fazia o papel de um demónio. Depois disso ora entrava em séries de comédia como "Will & Grace", "Dharma & Greg", ou em episódios de "CSI" e "Lei & Ordem". Mas foi em "The Riches", série com o Eddie Izzard e a Minnie Driver, que tive o papel de vilão principal e isso deu-me muita exposição nesse tipo de trabalho. E as coisas foram caminhado nessa direção. Se tenho preferências? Todos os trabalhos são pagos, quer sejamos nós a disparar a arma ou a receber um tiro. Mas, se por um lado são personagens que duram menos, porque ou acabam algemadas ou mortas, por outro têm as melhores frases e os melhores fatos. E é muito divertido fazer de vilão já que são papéis mais teatrais e podemos explorar pensamentos mais negros. Mas atenção, não sou má pessoa, nunca bati numa pessoa...de propósito (risos).

E continuam a dar-lhe esse tipo papéis, com no filme da Disney "Kim Possible" e mais recentemente na segunda temporada da série "Mayans M.C."
Sim. Mas nesta participação não lhe posso dizer se sou um vilão ou não. A temporada acaba de estrear esta semana nos EUA e não estou autorizado a falar, apenas posso dizer que faço de polícia desonesto. A minha participação na série foi muito divertida, sobretudo porque um dos argumentistas dos episódios em que participei foi argumentista da série "O Exército dos 12 Macacos".

Como vê a industria do entretenimento a mudar do cinema para as séries de TV?
A industria do cinema ainda continua a crescer mas são sobretudo as grandes produções, como Batman ou os Vingadores. Trabalhar em televisão é bom, porque é um trabalho mais estável e regular, e há muitas séries a serem feitas. Apesar disso, nos últimos tempos tenho participado em vários filmes. Contudo, quando temos um papel importante numa série em que trabalhamos várias temporadas podemos fazer evoluir a personagem. Por exemplo, no papel de Deacon (em O Exército dos 12 Macacos) que era só um vilão na primeira temporada, foi-se transformando. Quando chegamos à quarta temporada ele já era um dos heróis.

Nessa série (O Exército dos 12 Macacos), em que participou nas quatro temporadas, houve algum envolvimento com os argumentistas para a evolução da personagem?
Como ator o meu trabalho não é esse e nunca me irei intrometer na história criada pelos argumentistas. Uma vez a cena escrita, posso sim dar sugestões e falar da sua dinâmica. Por exemplo, numa dos cenas de "O Exército dos 12 Macacos" disseram-me que ia limpar uma arma e que estaria nu. Sugeri que ao invés, estivesse a afiar uma faca porque é mais perigoso. E depois pensamos que, como a personagem estaria muito bêbada, porque não também cantar durante essa cena. E o Tery Matalas, um dos criadores da série, sugeriu que cantasse a música "Don"t You Forget About Me" dos Simple Minds - o que é ótimo numa série em que se viaja no tempo. E tornou-se a música da minha personagem (Deacon) ao longo do resto das temporadas.

Ao longo da sua carreira, qual foi o papel que mais trabalho lhe deu?
O Deacon de O Exército dos 12 Macacos. Foi um desafio físico e emocional. E também o papel de Drácula na série Supernatural, porque tecnicamente queria fazer exatamente como fazia o ator Bella Lagosi na sua interpretação de Drácula. Imitar a forma como ele movia as sobrancelhas, como mexia as mãos, as caras que fazia para além do seu sotaque característico, quis fazer o papel da forma mais aproximada possível, foi um grande desafio técnico. Já no papel de Deacon tive de estar em boa forma física, para além de trabalhar os altos e baixos emocionais da personagem. Aliás, como Deacon tive de contracenei comigo mesmo e foi um desafio muito interessante.

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