Testes antigénio gratuitos passam de quatro para dois em março

António Lacerda Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, garante que a comparticipação dos testes rápidos irá continuar em vigor durante o mês de março.
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O Governo vai prolongar a comparticipação dos testes rápidos de antigénio (TRAg) até ao final de março, mas cada utente passa a ter direito a apenas dois testes gratuitos, anunciou esta sexta-feira o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales.

"Entendemos que o regime excecional de comparticipação dos testes rápidos irá continuar em vigor durante o mês de março e passará a incluir dois testes gratuitos por mês para cada utente", disse António Lacerda Sales, em conferência de imprensa em que anunciou também a redução do número de centros de vacinação ativos.

Em janeiro, o executivo já tinha decidido prolongar até ao final de fevereiro o regime excecional que permitia a comparticipação pelo Estado de quatro testes ao SARS-CoV-2 realizados em farmácia ou laboratório por mês.

A medida vai manter-se durante o mês de março, mas cada utente vai passar a poder realizar apenas dois testes gratuitos por mês.

O governante justificou a redução do número de testes comparticipados reafirmando que Portugal está atualmente numa nova fase da pandemia, com uma evolução positiva da situação epidemiológica e o alívio das medidas de contenção da pandemia da covid-19.

Entre as novas regras, anunciadas na semana passada, a apresentação de um teste negativo ao SARS-CoV-2 deixou de ser obrigatória em quase todas as situações, à exceção das visitas aos lares e em estabelecimentos de saúde.

"De acordo com a atual evolução epidemiológica, de acordo com o alívio de restrições a que temos assistido, há de facto uma menor necessidade de testagem nos tempos atuais", sustentou Lacerda Sales.

Os centros de vacinação contra a covid-19 vão diminuir de 192 para 139 a partir de terça-feira, num processo que prevê a transição da vacinação para os centros de saúde, anunciou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

"Temos atualmente 192 centros de vacinação e passaremos a 139 a partir de 01 de março. Temos ainda 98 centros e unidades de vacinação que passarão a 145 a partir de março. Este dispositivo terá uma evolução dinâmica ao longo de março e nos meses subsequentes de acordo com as necessidades de vacinação", adiantou António Lacerda Sales.

Segundo o governante, cerca de 85% da população elegível já tem a dose de reforço da vacina contra a covid-19.

"Temos, neste momento, mais de 5,9 milhões de pessoas com dose de reforço, faltando vacinar um universo de cerca de 950 mil pessoas elegíveis à data", adiantou o secretário de Estado.

De acordo com António Lacerda Sales, o país está a viver "um tempo novo", não só no que se refere ao alívio de restrições, mas "também no que toca ao processo de vacinação, que tem de ser adaptado e paulatinamente entrar na normalidade".

"Este novo paradigma terá por base um processo de transição da configuração das estruturas de vacinação dos grandes centros de vacinação para a vacinação nos centros de saúde", sendo mantidos os centros onde o número de população o justifique, referiu.

Segundo Lacerda Sales, os grandes centros de vacinação têm funcionado em espaços que têm outras funções, como pavilhões desportivos, sendo agora "importante devolvê-los à população".

"Também é importante que os profissionais de saúde regressem aos seus locais de trabalho de origem e possam dar o seu contributo na recuperação da atividade assistencial", sublinhou o secretário de Estado.

De acordo com o governante, a taxa de vacinação alcançada deve-se, em primeiro lugar, aos portugueses, assim como ao núcleo de vacinação liderado pelo coronel Penha-Gonçalves, aos organismos do Ministério da Saúde, às autarquias e aos profissionais de saúde e administrações de saúde.

António Lacerda Sales adiantou ainda que este é um processo que tem contado com o "apoio imprescindível" dos militares e que será internalizado nos serviços de saúde.

"Mas se há coisa que aprendemos com a pandemia foi a lidar com a incerteza e a nossa reposta tem de ser adaptada a cada momento e em cada circunstância", disse o secretário de Estado, ao avançar que o sistema dos centros vai continuar a funcionar em "modelo de harmónio, reduzindo e aumentando o esforço consoante as necessidades".

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