Temperaturas de 36º esta quarta-feira. Lá fora, batem-se recordes, mas "o pior já passou"

Durante a semana passada, a Europa registou algumas das temperaturas mais altas da história. A segunda onde de calor que cobriu o continente europeu este verão atingiu cidades normalmente temperadas, como Londres, Berlim e Paris.
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"O pior já passou", diz ao DN fonte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), não se prevendo novas subidas extremas de temperatura na Europa. Aliás, em Portugal, "as temperaturas até estão abaixo da média", disse Madalena Rodrigues, do instituto.

"Durante esta terça e quarta, a temperatura vai subir. Mas o dia mais importante é quarta-feira, em que as temperaturas podem atingir os 36 graus Celsius." explicou a especialista. "Quinta-feira, a temperatura começa a descer 2 ou 3 graus e a partir daí estabiliza."

Isto depois de, na passada quinta-feira, os termómetros terem atingido temperaturas históricas no continente europeu. A massa de ar quente, oriunda do Norte de África, atingiu vários países do continente europeu, que chegaram a atingir temperaturas de 40 graus Celsius.

O governo francês declarou, pela segunda vez em menos de um mês, o alerta vermelho de calor, fazendo relembrar a onda de calor que assolou o país em 2003 e matou 15 mil pessoas. Os termómetros da capital do país registaram uma temperatura de 42,6 graus Celsius. Até à data, a temperatura mais alta registada em Paris foi de 40,4 graus Celsius, em 1947.

Na Alemanha, o recorde de calor foi quebrado por duas vezes consecutivas. Na quarta-feira, a cidade de Geilenkirchen atingiu os 40,5 grausCelsius, e, no dia seguinte, os termómetros de Linden marcaram 42,6 graus Celsius. As temperaturas nunca antes vistas desde que há registos, ultrapassam os máximos atingidos em 2015, quando Kitzingen, na Baviera, chegou aos 40,3 graus Celsius.

De acordo com declarações de Andreas Friedrich, porta-voz Serviço Alemão de Meteorologia (DWD), "na lista dos dez lugares mais quentes da Alemanha, temos quatro com mais de 41ºC", referindo-se a Bona (40,7 graus Celsius), Duisburgo e Tönisvorst (41,2 graus Celsius) e Colónia (41,1 graus Celsius).

O calor também se fez sentir na Holanda, onde as temperaturas chegaram aos 40 graus Celsius pela primeira vez, desde o início da medição no país, ultrapassando os 38,6 graus Celsius alcançados em 1833.

No entanto, foram os 36,9 graus Celsius marcados em Londres, no aeroporto de Heathrow, que surpreenderam os ingleses, habituados a um clima temperado. Até ao dia, a temperatura mais alta registada no mês de julho foi de 36,7 graus Celsius em 1865.

Outros dos locais surpreendentemente afetados pela onda de calor foram Beitem (Bélgica), em que os termómetros marcaram 40,7 graus Celsius - o valor mais alto desde o início da medição em 1833 - e os Alpes, onde as temperaturas chegaram aos 30 graus Celsius em certas zonas.

Este fenómeno extremo de calor que atingiu a Europa central de forma persistente e continuada desde o início da semana passada levou algumas comunidades de determinadas regiões da Alemanha, Suíça e Áustria, pouco habituadas a estas condições climatéricas, a pintaram trilhos em branco, nas ruas, na esperança de que a cor da luz diminuísse a temperatura em alguns graus.

O calor extremo começou a diminuir na sexta, com a chegada de uma frente fria que atravessou o Atlântico, que trouxe temperaturas mais amenas e chuva.

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