Teletrabalho. Maioria sem condições em casa nem faz pausas obrigatórias
Mais de metade das pessoas que responderam a um inquérto sobre teletrabalho em tempos de pandemia disse estar satisfeito por trabalhar em casa (54%), mas apenas 37% se sente satisfeito com o equilíbrio entre o teletrabalho e a vida pessoal.
No entanto, 62% dos inquiridos disse utilizar um equipamento não adequado para trabalhar - cadeira da sala, da sala de jantar, da cozinha ou outra do mobiliário da casa - e não fazer pausas esporádicas e curtas para descansar, ao longo do dia de trabalho.
Estas são as principais conclusões do "Barómetro Covid-19" da Escola Nacional de Saúde Pública cujo objetivo é ficar a conhecer melhor as condições de trabalho de quem exerce a sua atividade em teletrabalho e os seus potenciais efeitos para a saúde.
Sobre o ambiente de trabalho e relação com a saúde do trabalhador, 42% dos inquiridos revelaram trabalhar fora dos ângulos de conforto no que diz respeito ao teclado (altura do teclado diferente da altura do cotovelo) e 62% relativamente ao monitor (acima ou abaixo da altura dos olhos).
São poucos os que admitem ter apoio da entidade empregadora nas funções realizadas a partir de casa: apenas 33% dos inquiridos refere que lhe são disponibilizadas "todas as condições e recursos para poder trabalhar a partir de casa, de forma eficaz", aponta o estudo. Por exemplo: apenas 2,3% tiveram acesso a um portátil.
Cerca de 50% dos que responderam ao questionário admitiram também que comprariam uma "cadeira e secretária adequadas" para melhorar o seu espaço de trabalho em casa.
Quando questionados sobre "a existência de alguém da empresa da área da Saúde e Segurança do Trabalho que desse apoio sobre como adequar o mobiliário e os equipamentos informáticos para estar mais confortável e ser mais produtivo" os dados revelam que 75% dos inquiridos não tem qualquer tipo de apoio.
(O total da amostra são 1082 respondentes dos quais: 75% são do género feminino; 64% estão entre os 30 e os 49 anos; 51% são casados ou em união facto. 48% tem filhos dependentes em casa (entre 1 e 3 filhos). Relativamente às habilitações literárias, 46% dos inquiridos são licenciados, 34% tem o grau de mestrado e 11%
o doutoramento).