Teatro S. João dedica ciclo a Nelson Rodrigues

O Teatro Nacional São João (TNSJ) vai dar início, na sexta-feira, a um ciclo dedicado à obra do brasileiro Nelson Rodrigues, "um dos maiores dramaturgos da língua portuguesa" do século passado, segundo o diretor artístico da instituição.
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Sexta-feira e sábado, o ciclo começa com "A Mulher Sem Pecado", peça de estreia do autor brasileiro cujo centenário do nascimento foi celebrado no ano passado, encenada por Kalluh Araújo da Companhia Arlecchino de Teatro, sobre "um homem paralisado e confinado a uma cadeira de rodas testa a fidelidade da mulher, imaginando-se vítima das mais rocambolescas traições", segundo o TNSJ.

"O Nelson Rodrigues é, com certeza, um dos maiores dramaturgos de língua portuguesa do século XX, não sei mesmo se teremos equivalente na nossa dramaturgia. Penso que não dada a fulgurância da obra do Nelson e acho que é um autor muito pouco conhecido em Portugal", disse à Lusa o diretor artístico do teatro, Nuno Carinhas.

Entre a próxima terça e quarta-feira sobe ao palco do teatro portuense "Valsa N.º 6", único monólogo do também jornalista brasileiro, que morreu em 1980, encenado por Cláudio Torres Gonzaga e interpretado por Luisa Thiré.

Dois dias depois, "Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas Ordinária", uma produção Espaço Move, do Rio de Janeiro, encenada por Eduardo Wotzik, que reuniu a quase totalidade dos atores que subiram ao palco no âmbito da peça há 20 anos.

A 22 e 23 de maio, realiza-se "Toda Nudez Será Castigada", encenada por Paulo de Moraes, numa obra que o TNSJ define como "momento-chave do teatro brasileiro contemporâneo".

Segue-se, a 25 e 26 deste mês, "A Serpente", levada ao palco pelo Teatro do Pequeno Gesto, também do Rio de Janeiro, e encenada por António Guedes, encerrando o ciclo a par de "Vestido de Noiva", nos mesmos dias, produzida pela Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo (ESMAE) e encenada por Lígia Roque.

"É uma oportunidade única de nós nos aproximarmos do Nelson Rodrigues na prática. Não quer dizer que não haja muita gente que o leia, mas geralmente não se pratica a dramaturgia dele e é bom que possamos ver feito pelos próprios brasileiros este manancial de peças", sublinha Nuno Carinhas.

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