"Super-homem" choca contra central nuclear para denunciar falta de segurança

A associação ecologista Greenpeace voltou a fazer uma ação com o objetivo de demonstrar as vulnerabilidades da segurança das centrais nucleares francesas.
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Um drone com as vestes do Super-homem e uma aeronave radiocomandada por ativistas da Greenpeace chocaram contra a parede de um edifício da central nuclear de Bugey, em Saint-Vulbas, a cerca de 40 quilómetros de Lyon.


Um segundo drone entrou no complexo para filmar a cena.

Dois dias antes de um relatório sobre segurança e proteção nuclear ser apresentado no parlamento francês, a ONG quis chamar a atenção para a "vulnerabilidade" dos reservatórios de combustível com uma ação "altamente simbólica".

Denunciar a falta de segurança das instalações nucleares foi o objetivo dos ecologistas. Nenhuma das aeronaves da Greenpeace foi intercetada. "A realidade, trazida à luz por esta ação simbólica, não é menos perturbadora. O voo e o choque deste drone mostraram que o espaço aéreo não é inviolável. Os reservatórios de armazenamento de combustível irradiado, como os alvos deste "Super-homem" e desta aeronave, são facilmente acessíveis e extremamente vulneráveis ao risco de ataques externos", lê-se no site da Greenpeace francesa.

O problema, continua a associação, é que os edifícios nucleares foram projetados na década de 1970 e as ameaças externas não foram levadas em conta. Para a Greenpeace, "ao contrário do que a EDF [a empresa produtora] tenta fazer acreditar", o embate de um avião teria graves consequências.

Para a Greenpeace, a resolução do problema de segurança passa pela construção de bunkers para os reservatórios de combustível irradiado.

Já a EDF, em comunicado, declarou que o edifício foi "especialmente projetado contra agressões externas, naturais ou acidentais, o que garante uma alta robustez". Quanto ao voo do drone, fez saber que "não representa uma ameaça à segurança". No entanto, a empresa apresentou uma queixa às autoridades, pelo que vai ser aberto um inquérito.

Essa ação ocorre após as intrusões dos ativistas do Greenpeace nas centrais nucleares de Cattenom, em outubro, e Cruas-Meysse, em novembro, que tinham o mesmo objetivo de reportar falhas na segurança dos tanques de combustível. Os ativistas foram condenados em tribunal, alguns deles a penas de prisão.

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