Sonda InSight regista dois sismos em Marte

Em Marte desde 2018, a sonda da NASA detetou mais dois sismos, de magnitude 3,3 e 3,1, na região de Cerberus Fossae. Desde o início da missão, a InSight já registou mais de 500 "martemotos", como são designados.
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"Nas últimas semanas, ouvir o bater do coração de Marte revelou dois sismos fortes", informou a sonda InSight da NASA, que chegou à superfície do planeta vermelho em 2018. Foram registados em Cerberus Fossae, região de Marte onde já tinham sido detetados sismos.

Explica a NASA que os eventos sísmicos agora registados têm magnitudes de 3,3 e de 3,1. Mas os que foram detetados no início da missão da InSight foram de magnitude 3,6 e 3,5.

Até ao momento, a sonda que chegou a Marte com o objetivo de "radiografar" o interior do planeta, já detetou, através do seu sismógrafo, mais de 500 sismos, mas estes quatro são os melhores registos da InSight devido à clareza dos sinais.

Mais dois "martemotos", como são designados os sismos em Marte, que comprovam que o planeta é geologicamente ativo. Acredita-se, no entanto, que Marte não tem placas tectónicas como a Terra, mas sim regiões com atividade vulcânica.

Os sismos "de 7 e 18 de março reforçam a ideia de que Cerberus Fossae é um centro de atividade sísmica", considera a NASA.

A agência espacial norte-americana conta que estes dois novos "martemotos" foram registados durante o verão do hemisfério Norte de Marte, tal como os principais eventos sísmicos que a sonda detetou e que ocorreram há quase um ano marciano (o equivalente a cerca de dois anos na Terra).

"Ao longo da missão, vimos dois tipos diferentes de martemotos", um é mais parecido com os abalos da Lua e o outro com os da Terra", disse Taichi Kawamura, do Institut Physique du Globe de Paris, que forneceu o sismógrafo da InSight. O especialista conclui que os sismos registados na região de Cerberus Fossae são os mais parecidos com os da Terra.

Estes "martemotos" já eram esperados pelos cientistas, uma vez que é nesta altura que os ventos estão mais calmos em Marte e podem ser detetados mais facilmente. Até porque o sismógrafo Seismic Experiment for Interior Structure (SEIS), mesmo protegido por um escudo, é tão sensível que até a vibração provocada pelo vento pode "mascarar" sismos.

"É maravilhoso observar martemotos novamente após um longo período a registar o barulho provocado pelo vento", disse John Clinton, um sismólogo da Universidade ETH de Zurique, que lidera o InSight's Marsquake Service da sonda. "Após um ano marciano, agora somos muito mais rápidos na caracterização da atividade sísmica no planeta vermelho", acrescentou.

De acordo com a NASA, o próximo objetivo da missão, que a NASA prolongou até dezembro de 2022, é enterrar o cabo que liga a sonda ao sismógrafo, para evitar a interferência do vento. Começaram por fazê-lo ao cobrir de terra o escudo, em forma de cúpula, que cobre o sismógrafo da InSight.

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