A Câmara Municipal de Sintra vai avançar com a construção de um lote de 15 fogos para habitação municipal na freguesia de Casal de Cambra, num investimento de 1,6 milhões de euros. Segundo o presidente da autarquia, Basílio Horta, "esta será a primeira construção de raiz que vamos realizar no decorrer da Estratégia Local da Habitação. É mais um investimento para melhorar o acesso e as condições de habitação no concelho"..O terreno em causa situa-se na principal artéria de Casal de Cambra, na Avenida de Lisboa, e terá uma área bruta de habitação de 1.268,57m2. Com 15 fogos e seis pisos, as habitações terão tipologias T1, T2 e T3. A construção contempla um sótão com áreas de arrecadação a afetar aos fogos e ao condomínio e no piso -1, uma sala de condomínio e estacionamento. Já a área destinada ao estacionamento inclui lugares para automóveis, espaços para carregamento de veículos elétricos e para estacionamento para bicicletas..Também em Casal de Cambra, a autarquia vai avançar com a reabilitação energética de 126 fogos naquela freguesia, num investimento de 1,3 milhões de euros, de forma a melhorar as condições de habitabilidade. De acordo com a Câmara de Sintra, os trabalhos de reabilitação energética destes fogos habitacionais incidem em três lotes da Rua de Monte Carlo, e integram igualmente a Estratégia Local de Habitação. "Temos vindo a investir nestas empreitadas de reabilitação energética, pois precisamos de colmatar as dificuldades sentidas pela população, promovendo melhores condições de habitabilidade aos munícipes", sublinhou Basílio Horta. Estes trabalhos de reabilitação energética consistem na substituição das caixilharias, isolamento térmico de paredes, instalação de equipamentos de produção de águas quentes sanitárias, que "permitem uma redução de 10% das necessidades de aquecimento ou arrefecimento", pinturas e revestimentos..No total, a intenção da Câmara de Sintra é "investir mais de oito milhões de euros na reabilitação energética de 351 fogos de habitação social municipal". Estes fogos estão localizados, nomeadamente, nas uniões das freguesias de Agualva e Mira-Sintra, de Massamá e Monte Abraão, de Queluz e Belas, e nas freguesias de Algueirão-Mem Martins e de Rio de Mouro..A Estratégia Local de Habitação de Sintra foi aprovada em janeiro de 2022 e tem como objetivo "garantir condições de acesso a uma habitação condigna a quem não dispõem de capacidade financeira para aceder a uma solução habitacional adequada". Este documento pretende dar resposta às necessidades dos munícipes em termos de habitação e beneficiará mais de 3000 famílias até 2026..Dos 179,4 milhões de euros de investimento previsto, a Câmara de Sintra estima que 67,5 milhões sejam assegurados pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, 70 milhões financiados no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência e os restantes assegurados pela autarquia. Está prevista a "a reabilitação de 1650 fogos municipais existentes e um aumento de 1453 novos fogos pela via da aquisição ou construção. As intervenções previstas abrangem cerca de 3103 fogos"..Entre estes fogos está a aquisição e reabilitação de 540 fogos, através do direito de preferência em vários locais do concelho destinados a vários regimes de arrendamento (71 milhões de euros), a aquisição e reabilitação de 250 fogos, em edifícios devolutos do concelho, também para vários regimes de arrendamento (31,7 milhões de euros), mas também a construção de 510 casas em terrenos municipais igualmente para arrendamento em vários locais do concelho - Bairro Alegre (6,4 milhões), Bairro dos Desalojados (14,4 milhões), Casal de Cambra (7,4 milhões), Polis Sul (15,2 milhões) e antiga fábrica da Messa (8,2 milhões) - ou a reabilitação de 315 fogos de habitação social municipal em mau estado de conservação para arrendamento apoiado (3,9 milhões)..Do plano da Estratégia Local de Habitação faz também parte a construção de 73 fogos integrados em moradias bi-familiares adaptados a pessoas com mobilidade reduzida (5,9 milhões de euros) e a a construção de um edifício com 16 habitações equipadas, com capacidade máxima para 32 pessoas, das quais oito irão integrar a Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário. Representa um investimento de 960 mil euros e destina-se a alojar temporariamente pessoas vítimas de calamidades ou mau tempo, violência doméstica, reinserção social de ex-reclusos ou pessoas sem-abrigo..Para o autarca de Sintra, "a habitação é um bem essencial à vida das pessoas. Mais de que um local de satisfação das necessidades primárias de proteção, repouso, higiene, lazer, etc., a habitação é o local onde o indivíduo e a família encontram resguardo para a sua privacidade e intimidade, como também o local onde se estabelecem os laços, a identidade e a coesão do núcleo familiar"..ana.meireles@dn.pt