Sessenta cidadãos vão definir questões para António Costa

Instituto de Ciências Sociais promove debate entre grupo de sessenta cidadãos, representativos dos géneros, idades e classes sociais. Depois serão escolhidos alguns para questionar primeiro-ministro
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Um grupo de sessenta cidadãos, que se pretende "representativo do eleitorado português", vai reunir este sábado de manhã para definir as perguntas que, pelas 16.00, na Aula Magna da Universidade de Lisboa, serão colocadas ao ministro António Costa, a propósito do balanço de um ano de governação.

"É uma amostra diversificada, que se pretende representativa do eleitorado português, distribuída proporcionalmente em termos de faixa etária, de género e de classe social", explicou ao DN Marina Costa Lobo, líder da equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa que, em parceria com uma empresa de sondagens, selecionou o grupo de cidadãos que irá confrontar o primeiro-ministro com questões sobre diferentes temas.

Sobre as perguntas propriamente ditas, a cientista política disse nada poder adiantar, já que serão estes a defini-las. "Vão-se pronunciar sobre temas, também políticos, que lhes parecem mais importantes. Primeiro é preciso suscitar um debate entre as pessoas, moderado por nós, do qual sairá um conjunto de questões que gostavam que fossem colocadas ao primeiro-ministro", contou.

A única intervenção dos promotores deste debate, no que respeita aos tópicos das perguntas, será "providenciar alguma informação aos grupos, que ajude a contextualizar os temas da governação, para promover o debate", explicou. "Isso é feito com o objetivo de dar informação factual sobre a vida política do país, económica e social".

Os cidadãos serão divididos em pequenos grupos, que se pretendem também diversos, sendo que no final cada uma destas equipas elegerá um representante para colocar as questões a António Costa.

Apesar de representativos do eleitorado português, explicou ainda, estes cidadãos não foram selecionados de forma a representarem as preferências partidárias - atuais ou de há um ano atrás - do eleitorado português: "Não colocámos absolutamente nenhuma questão em relação ao posicionamento político e ideológico do indivíduo. Isso não entra para os critérios de seleção".

Uma promessa do governo

Esta iniciativa, explica o gabinete do primeiro-ministro numa nota enviada às redações, insere-se no "objetivo de reforçar os mecanismos de participação cívica e aumentar o escrutínio das instituições públicas pelos cidadãos, conforme inscrito no Programa do Governo".

Além de selecionar este painel de cidadãos que questionará diretamente António Costa, no sábado à tarde, a equipa liderada por Marina Costa Lobo está também a realizar um estudo de auscultação aos portugueses que poderá resultar em algumas novas formas de promover este pretendido reforço da participação da sociedade civil no processo de decisões.

Esta é apenas uma das iniciativas previstas para amanhã, com os membros do governo a desdobrarem-se em deslocações - durante o período da manhã - a vários pontos do país (ver caixa), participando em eventos relacionados com as suas áreas de governação.

Às 17.30, terá lugar, também na Aula magna, uma reunião com todos os membros do governo, precedida de uma "fotografia de família".

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