Senador brasileiro anti-isolamento morre de covid-19
O senador brasileiro Arolde de Oliveira, de 83 anos, morreu nesta quarta-feira, dia 21, vítima de covid-19, numa clínica do Rio de Janeiro onde estava internado. Oliveira era conhecido por se referir à doença como "o vírus chinês", por ser feroz crítico do isolamento social, por defender o uso da cloroquina e por elogiar todas as controversas posições de Jair Bolsonaro no combate à pandemia.
"Os números do vírus chinês no mundo e no Brasil demonstram a inutilidade do isolamento social. Autoridades, alarmistas por conveniência, destruíram o setor produtivo e criaram milhões de desempregados. O presidente Jair Bolsonaro, isolado pelo Supremo Tribunal Federal, estava certo desde o início", escreveu, por exemplo, na rede social Twitter, no dia 19 de abril.
Esta foi apenas uma das muitas oportunidades em que o senador do Partido Social Democrático, eleito pelo Rio, se manifestou contrário a medidas que pudessem dificultar a presença de pessoas nas ruas. Defensor ferrenho do governo de Bolsonaro, aplaudiu todos os discursos na televisão e publicações nas redes sociais do presidente, mesmo quando as intervenções contrariavam as autoridades médicas brasileiras e internacionais.
Foi o perfil oficial do político que anunciou o falecimento: "Comunicamos que nesta noite (dia 21 de outubro) o Senhor Jesus recolheu para si nosso amado irmão, Senador Arolde de Oliveira".
Além da formação militar, Arolde de Oliveira destacou-se como líder do grupo de comunicação MK, focado no setor evangélico - detém rádio, sites da internet de conteúdo jornalístico e de vendas de produtos religiosos, editora de música gospel, editora de livros cristãos.
A ligação aos evangélicos levou-o a ele e à sua família a se tornarem íntimos da família de Flordelis, a deputada acusada de ter assassinado o marido, o pastor Anderson do Carmo. Segundo investigações da polícia, o telemóvel de Anderson conectou-se à rede wi-fi de Arolde, na Barra da Tijuca, no Rio, horas depois do assassinato.
Arolde foi deputado federal ao longo de oito legislaturas, navegando por seis partidos, antes de ser eleito senador em 2018.