Segundo afogamento em dez anos naquela praia fluvial

O jovem de Felgueiras que morreu hoje afogado numa praia fluvial não vigiada de Amarante é a segunda vítima no espaço de uma década, disseram hoje à agência Lusa frequentadores do local de veraneio.
Publicado a
Atualizado a

Precisamente por se tratar de uma zona do Rio Tâmega onde são feitas as captações de água, a praia nunca foi legalizada mas a Junta de Freguesia tem colocado no local, todos os anos, um vigilante para prevenir os afogamentos ou os acidentes na água, que ocorrem, em regra, com veraneantes dos concelhos vizinhos.

Há cerca de dez anos, segundo frequentadores do local disseram hoje à Lusa e os bombeiros confirmam, teve lugar um afogamento do mesmo tipo, tendo na altura vitimado um jovem de Lousada.

Aquele local do rio, com "fundões" de cerca de dez metros, causados pela extracção de areia que outrora ali teve lugar, é considerado bastante perigoso mas é costume os banhistas atravessarem o Tâmega a nado entre a praia, situada na margem direita e um penedo que serve de prancha de mergulho, localizado na margem esquerda.

O atravessamento do rio é igualmente desaconselhável devido às correntes geradas na zona mais profunda mas a praia é essencialmente frequentada por pessoas de fora de Amarante, que desconhecem aqueles perigos.

A Praia Aurora ou "Praia dos Poços", como também é conhecida, ainda não tem vigilância de nadador-salvador nesta época balnear mas o presidente da Junta de Freguesia de S. Gonçalo, Artur Correia, disse à Lusa que estão a ser feitos contactos para a contratação de um vigilante "para prevenir", apesar de oficialmente aquele local "não ser considerado praia fluvial".

Em anos passados, foram colocados no local avisos a proibir os banhos mas as tabuletas acabam destruídas e presentemente não existem quaisquer alertas para os perigos que as águas calmas do Tâmega escondem.

Esta área do Tâmega também está fora da zona vigiada pela equipa dos bombeiros que anualmente faz esse trabalho, no âmbito de um protocolo celebrado com a autarquia, vigilância que é exercida sobretudo sobre os utilizadores de barcos de recreio, actividade que se desenvolve entre a "Ponte Nova" e o Açude dos Morleiros, algumas centenas de metros a juzante do local onde o jovem se afogou.

O afogamento do jovem de Felgueiras teve lugar por volta das 16:30, quando a vítima atravessava o rio a nado na companhia de um colega, mas, a meio do rio, desapareceu repentinamente, precisamente na zona mais profunda.

Só a autópsia, a realizar segunda-feira no gabinete médico-legal de Penafiel, determinará as causas da morte.

Cerca das 20:30, após duas horas de buscas, mergulhadores dos Sapadores do Porto e dos Bombeiros de Cete retiraram da água o corpo do jovem.

Duas equipas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e psicólogos prestaram no local apoio aos familiares e à namorada do jovem de Felgueiras.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt