Santana sobre bairro da Jamaica: "Se morasse aqui também me sentiria revoltado"

Pedro Santana Lopes, pediu esta segunda-feira a "maior urgência" no realojamento das famílias que vivem no bairro da Jamaica, no Seixal. O presidente do Aliança é o primeiro líder político a visitar o bairro após os incidentes violentos com a policia em 20 fevereiro.
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O antigo primeiro-ministro visitou o Vale de Chícharos, no distrito de Setúbal, pedindo maior celeridade perante um problema que já se arrasta há vários anos. Santana Lopes recusou a ideia de que Portugal seja um país racista.

"Acho muito tempo, mas importante é já ter arrancado", considerou, em declarações aos jornalistas, no final da visita.

Por isso, solicitou "maior urgência às autoridades centrais", considerando que "isto não pode acontecer no Portugal do século XXI, nem do século XX, não há direito". O realojamento começou em dezembro, e deverá estar terminado em 2022.

Pedro Santana Lopes diz que é preciso que o debate em torno do bairro da Jamaica deixe de estar centrado na questão da violência e da intervenção policial, mas sim na procura de soluções que melhorem as condições de vida dos habitantes do bairro.

Durante a visita que durou cerca de hora e meia, Santana Lopes reuniu-se com a comissão de trabalhadores do bairro, visitou habitações e quis salientar que mais do que a polémica dos últimos dias o que importa é resolver os problemas que se arrastam há décadas e que diz respeito ao problema do realojamento. "Se morasse aqui também me sentiria revoltado", acabou por reconhecer.

Quanto às questões de segurança, que considerou essenciai, foi salomónico. Quando há exageros, seja do lado da população seja das forças policiais "há que agir em conformidade". Mas reiterou que não somos um país racista.

"Eu não tolero que o nosso país seja tomado como onde o racismo impera. A essência de Portugal é a integração, é a vivência em comum, entre todas as raças, religiões e etnias", frisou. Garantiu que "a Aliança está do lado da integração, do respeito pelas pessoas independentemente da sua condição de vida".

A visita ao bairro enquadrou-a neste paradigma, a de "tirar o debate deste prisma que radicaliza, acirra ódios". É preciso, sublinhou. "sorrir, dar um abraço e depois as contas políticas eu trato-as em outro lado".

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