Rio promete proposta semelhante à "taxa Robles" para travar especulação imobiliária
Rui Rio, presidente do PSD, anunciou esta quarta-feira que o seu partido tem a intenção de apresentar uma proposta para o Orçamento de Estado de 2019 semelhante à chamada "taxa Robles" proposta pelo Bloco de Esquerda, com o objetivo de travar a especulação imobiliária.
"Face ao que surgiu, o PSD, em sede de Orçamento do Estado, acho que faz muito sentido apresentar uma proposta que materialize isto: que aqueles que andam a provocar preços especulativos paguem um imposto superior àqueles que não o fazem", disse o líder dos sociais-democratas, à entrada para o Conselho Nacional do PSD, nas Caldas da Rainha, esclarecendo que "a taxa do imposto IRS sobre as mais-valias, que já existe, deve ser diferenciada".
Rui Rio explica que a proposta que defende poder ser apresentada pelo PSD terá de "ser mais pesada para quem compra e vende num curto espaço de tempo e mais ligeira para quem tem o imóvel durante muito tempo", acrescentando que deverá ser "eventualmente até próximo do zero para quem tem o imóvel durante muitos, muitos anos", algo que diz "existir em muitos países", referindo que, em França, quem "retém imóveis" durante décadas nem sequer paga qualquer imposto sobre as mais-valias.
O líder do PSD garantiu que não conhece a proposta do Bloco de Esquerda, mas reconhece "o mérito de levantarem a questão", pois "é preciso ter medidas que atenuem a especulação, porque combatê-la em definitivo é impossível".
Rui Rio salientou estar a falar de diferenciar a taxa do IRS já existente sobre mais-valias e não "de uma nova taxa".
O presidente do PSD foi ainda questionado sobre o caso Tancos. Depois de ter afirmado no domingo que o Governo "é incapaz" de dar mais respostas sobre o caso, hoje o PSD no parlamento, através do deputado Bruno Vitorino, disse ponderar pedir esclarecimentos ao primeiro-ministro, António Costa, na Comissão de Defesa.
No entanto, Rio disse não ter ouvido o que se passou à tarde na Comissão de Defesa e recusou fazer comentários. "A minha convicção é que, no plano político, já deram as respostas e não sabem mais, e agora temos o plano jurídico. Eu não confundi os dois planos, ao contrário do que disse o ministro da Defesa", afirmou.