Rui Moreira espera reabertura do Queimódromo: "É importante para a população"
A cidade do Porto fica a perder se o centro de vacinação para a covid-19 no Queimódromo não reabrir, avisou Rui Moreira, numa conferência de imprensa em que o presidente da Câmara do Porto reagiu à polémica em torno daquele centro de vacinação, encerrado pela task-force na semana passada, devido ao alegado atraso na comunicação de um problema verificado com a cadeia de frio.
Rui Moreira destacou que "a Câmara do Porto vai continuar a disponibilizar, enquanto for necessário, os meios para que o centro continue a funcionar" e promete respeitar a decisão da task force liderada pelo vice-almirante Gouveia e Melo, defendendo a reabertura apenas quando "salvaguardadas as condições de segurança". No entanto, o autarca sublinhou a urgência em usar o Queimódromo devido ao início da vacinação dos adolescentes, entre os 12 e 15 anos, referindo que, se este centro de vacinação não estiver a funcionar, não haverá "capacidade de resposta" quando "é ainda mais urgente e necessário", até poque são jovens que "vão acompanhados por adultos", aumentando o afluxo de pessoas.
O autarca explicou que o Queimódromo não é um centro de vacinação da Câmara Municipal do Porto, mas sim da ACES Porto Ocidental, em que as vacinas são distribuídas através de um acordo entre a ARS Norte e a Unilabs. A Câmara do Porto disponibiliza "o recinto do Queimódromo, a limpeza, iluminação, policiamento permanente e uma ambulância", disse Moreira, acreditando que o centro do Queimódromo "irá voltar a funcionar" quando "for apurado o problema".
"Se houver algo a corrigir, a Unilabs corrige", sugeriu Rui Moreira, sublinahndo que o problema já foi identificado e que também "já surgiu noutros centros de vacinação". "Em Portugal já se perderam 20 mil vacinas", lembrou.
Rui Moreira indicou que entre 8 de julho e 11 de agosto foram vacinadas no Queimódromo 12.500 pessoas. Por isso, "independentemente de querelas", defende que, "desde que haja condições de segurança, este centro é importante para a população".
O presidente da Câmara do Porto lamentou ainda que a suspensão da vacinação contra a covid-19 no Queimódromo sirva para "chicana política" e pressão para não reabertura da infraestrutura, que defende ser importante para a população.
"O que nos custa a nós é que por causa da chicana política esteja o senhor deputado Barbosa Ribeiro a não querer abrir o centro [de vacinação no Queimódromo], porque essa é que é a questão. E se é esse o trunfo, eu não jogo com esses trunfos", declarou em resposta às críticas do candidato do PS à Câmara do Porto, Tiago Barbosa Ribeiro, que esta quinta-feira se mostrou solidário com a 'task-force' na suspensão da vacinação no Queimódromo do Porto, tendo acusado o presidente da autarquia de "passar culpas" e exigido o apuramento de responsabilidades.
"É absolutamente lamentável, absolutamente lamentável e é baixar ao baixo mais baixo nível da política quando subitamente aquilo que é um problema que já surgiu noutros lados agora serve para chicana política, porque ainda por cima isso representa uma crítica ao Ministério da Saúde", disse.
Salientando que ninguém acredita que o Ministério da Saúde abriu o centro de vacinação do Queimódromo "porque o presidente da Câmara assim o entendeu", Moreira sublinha que a autarquia mantém a sua intenção de continuar a disponibilizar os meios necessários para garantir o funcionamento daquela estrutura, por entender que a mesma é importante.
"Nós entendemos que, desde que haja condições de segurança que nós não podemos aferir, que desde que os protocolos possam ser cumpridos, consideramos que este centro de vacinação é importante para a população", disse, perguntando onde estava Tiago Barbosa Ribeiro no dia 26 de junho, quando a autarquia teve de acionar a proteção civil para apoiar as dezenas de pessoas que se concentravam no exterior do Centro de Transmissões do Exército onde estava a decorrer a vacinação.
"Eu sei onde estava. Fui ao Centro de Transmissões, fui ver a situação em que as pessoas lá estavam. E por causa disso houve contactos com a ARS [Administração Regional de Saúde] Norte, com o ACeS [Agrupamento de Centros de Saúde] que disseram que não havia mãos a medir. (...) Nós oferecemos mais uma mão, não querem a mão, percebemos perfeitamente", disse.