Rompuy vai falar sobre presidência da Comissão Europeia
Na conferência de imprensa no final da reunião do G7, que decorreu entre quarta-feira e hoje em Bruxelas, e questionado sobre as iniciativas que tomou aproveitando a presença de líderes europeus no encontro, Van Rompuy confirmou que se reuniu, na quarta-feira, com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o Presidente francês, François Hollande, e, já hoje, com os primeiros-ministros italiano, Matteo Renzi, e britânico, David Cameron.
O presidente do Conselho, que recebeu um mandato dos líderes europeus no jantar informal celebrado a 27 de maio, após as eleições europeias, para liderar as consultas com vista à designação do futuro presidente da Comissão, apontou que os encontros bilaterais mantidos à margem do G7 com os líderes de Alemanha, França, Reino Unido e Itália foram "sobre as nomeações e sobre os preparativos da agenda estratégica para os próximos anos".
"O objetivo não era alcançar um consenso, era trocar pontos de vista sobre o processo e, tal como disse, não apenas sobre pessoas, mas também a nível de substância", afirmou, escusando-se a referir-se ao caso específico do luxemburguês Jean-Claude Juncker, que foi apresentado como o candidato do Partido Popular Europeu (PPE), a família política vencedora das eleições, mas cuja designação para o executivo comunitária é contestada por vários líderes, com Cameron à cabeça.
Van Rompuy garantiu que vai continuar a trabalhar nesta questão, encontrando-se, já na próxima semana, com os líderes dos principais grupos políticos do Parlamento Europeu.
"Depois, vou telefonar a todos os outros líderes europeus membros do Conselho Europeu, para ter uma imagem global, antes de tomarmos uma decisão positiva", referiu.
No final do jantar de trabalho informal de líderes europeus, na semana passada, para análise dos resultados das eleições e do processo de escolha do sucessor de Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou, que, embora legalmente possível, a eventualidade de ser escolhido para o cargo alguém que não um dos candidatos apresentados aos eleitores "não é o caminho desejável".
Considerando "importante que as principais famílias europeias tivessem apresentado o seu candidato a presidente da Comissão", pois tal também "ajuda a conferir maior legitimidade democrática à escolha da própria Comissão", o primeiro-ministro observou que, "se depois de isso ter acontecido, a escolha recair num outro que não foi proposto por ninguém, não seria um bom sinal".
A escolha do nome do futuro presidente do Conselho -- que, segundo o Tratado de Lisboa, deve "ter em conta" os resultados das eleições europeias, mas continua a pertencer aos chefes de Estado e de Governo, embora necessite posteriormente do aval da assembleia -- deverá ter lugar na próxima cimeira, a última antes das férias de verão, a 26 de junho, com o novo Parlamento a pronunciar-se, no hemiciclo, em meados de julho.