Risco de coágulos no sangue após vacinas é muito inferior ao do vírus

Estudo feito pela Universidade de Oxford conclui que o risco de coágulos no sangue após as vacinas contra a covid-19 é muito inferior ao do vírus.
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O risco de coagulação sanguínea após a inoculação de vacinas contra a Covid-19 é muito inferior ao do vírus, sugere um estudo realizado por investigadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

A preocupação com o surgimento de casos raros de coagulação levou alguns países a descartar ou limitar a administração da vacina AstraZeneca, desenvolvida em Oxford, tendo o Reino Unido recomendado que pessoas saudáveis, com menos de 40 anos, recebessem vacinas alternativas.

O estudo publicado na revista médica BMJ examinou dados de quase 30 milhões de pessoas em Inglaterra vacinadas pela primeira vez entre dezembro e abril e encontrou um risco reduzido de aumento de condições de coagulação que poderiam levar à hospitalização ou morte, após as primeiras doses das vacinas AstraZeneca e Pfizer.

A investigação concluiu que os riscos de coagulação eram "substancialmente mais elevados e mais prolongados" após a infeção por Covid-19. O resultado foi publicado esta semana, após a polémica da apresentadora da BBC, Lisa Shaw, com 44 anos, morrer devido a coágulos no sangue na cabeça, como complicação rara de uma primeira dose da vacina AstraZeneca.

A cientista principal do estudo, Julia Hippisley-Cox, professora de epidemiologia clínica na Universidade de Oxford, disse à BBC Radio 4 que a morte de Shaw foi "muito triste", mas "estes são casos muito raros e a grande maioria dos pacientes fica absolutamente estável com estas vacinas".

O estudo centrou-se na ligação entre a vacina AstraZeneca e vários casos de trombose do seio venoso cerebral (CVST), ou coágulos sanguíneos no cérebro. Estima-se que dos 10 milhões de pessoas que receberam a vacina AstraZeneca, houve apenas sete casos, em comparação com 20 em pessoas que estiveram infetadas com Covid-19.

Em casos de coagulação de veias, os cientistas concluíram que houve 66 casos entre 10 milhões que receberam a vacina AstraZeneca e 12 mil entre os que estiveram infetados durante a pandemia.

A AstraZeneca, em casos de excesso de trombocitopenia, ou baixos níveis de plaquetas de coagulação sanguínea, conta com 107 casos por 10 milhões de pessoas. O número para os doentes de coronavírus foi de 934.

A vacina Pfizer está associada a um número estimado de 143 casos de AVC por 10 milhões, enquanto a Covid demonstrou 1.699 casos de AVC. Hippisley-Cox salienta que o risco de AVC pelas vacinas são de curto prazo, mas a infeção pelo vírus tem um risco acrescido durante um período de 28 dias.

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