Rhode: Câmara assume despesas escolares dos filhos dos desempregados

A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira garante que vai assumir as despesas escolares dos filhos dos trabalhadores da Rohde durante o período em que os funcionários estiverem sem receber o subsídio de desemprego.
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"Vamos preparar a câmara [municipal] para poder acorrer às situações mais graves dos trabalhadores que entrarem no desemprego", disse à agência Lusa o autarca de Santa Maria da Feira, Alfredo Henriques, que esta manhã esteve reunido com a administração da Rohde que vai entrar em "lay-off" (redução do horário laboral) por dois meses e avançar para um pedido de insolvência.

O presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira garantiu que a autarquia vai empreender esforços para "tentar resolver os problemas sociais mais preocupantes".

No topo das preocupações do autarca estão os filhos dos trabalhadores da fábrica de calçado que ficarem desempregados.

"Se for decretada a insolvência, e enquanto os trabalhadores desempregados não começarem a receber subsídio de desemprego, a nossa grande preocupação é garantir que os filhos dos trabalhadores têm livros escolares e refeições pagas na escola", afirmou o presidente da câmara.

Outras das medidas que autarquia deverá pôr em marcha em caso de insolvência é, segundo Alfredo Henriques, "a distribuição de cabazes com produtos alimentares às famílias" em que os dois trabalhadores tenham ficado desempregados.

A Rohde é a maior empregadora nacional da indústria do calçado e tem ao serviço 984 funcionários.

Fernanda Moreira, do Sindicato dos Operários da Indústria do Calçado, Malas e Afins dos Distritos de Aveiro e Coimbra, afirmou na segunda-feira que ainda não estava definida a data para o início do período de "lay-off".

Na altura, Fernanda Moreira adiantou que o pedido de insolvência iria "avançar o mais rapidamente possível - se calhar ainda esta semana".

O pedido vai ser apresentado a tribunal em Portugal - e não na Alemanha, onde a Rohde tem a sua empresa-mãe - para assegurar que o processo é conduzido "por um administrador português".

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