Representante dos pais concorre a terceiro mandato sem opositores
A Confederação Nacional das Associações de pais (Confap), que representa cerca de 1900 associações a nível nacional - das quais aproximadamente metade estão ativas -, elege os seus corpos sociais no próximo dia 6 de maio, numa assembleia-geral cujo vencedor já está definido à partida. Jorge Ascenção, gestor nortenho que lidera a organização desde 2012, encabeça a única lista candidata, tendo assegurada a reeleição para um terceiro mandato consecutivo de dois anos.
"Não apareceu mais nenhuma lista. Espero que tenha que ver com o facto de considerarem que há qualidade no trabalho desenvolvido mas também sei que tem que ver com as dificuldades", admitiu. "Fazia bem alguma dinâmica [na eleição] mas por vezes o tempo é pouco e os recursos são escassos", disse, ao DN Jorge Ascenção, defendendo ainda assim a "pluralidade" da sua lista: "Temos 31 associações de pais e federações nos órgãos sociais, com representantes do Minho ao Algarve", sublinhou, defendendo como "um trabalho de muita carolice" o esforço das diferentes associações.
Repensar acesso ao superior
Em termos de prioridades para o novo mandato, Ascenção elegeu em primeiro lugar o esforço pela "capacitação parental". Ou seja: o aumento do envolvimento e do protagonismo dos encarregados de educação no quotidiano das escolas, através das associações também dos órgãos próprios dos estabelecimentos onde marcam presença, nomeadamente conselhos de turma e conselhos gerais.
"Andamos neste momento a procurar, por todo o país, pais que se disponibilizem para ajudar os outros, para orientar os documentos que devem ser elaborados", contou revelando que a Confap tem "em vista uma parceria com a Direção-Geral de Educação" que lhe garanta o apoio para ter estes pais formadores "a percorrer várias escolas e associações do país nesta capacitação".
No que respeita a batalhas a continuar, aponta a necessidade de serem "encontradas alternativas aos exames nacionais" como forma de acesso ao ensino superior e a luta por uma escola que fomente "valores, solidariedade" e que ofereça um ensino "mais criativo" e mais adaptado às caraterísticas dos jovens. "Por exemplo, assim como existe o ensino articulado da música, seria desejável existirem soluções noutras áreas do espectáculo, do próprio desporto", ilustrou.