Queda da aeronave sem explicação. Destroços recolhidos para perícias

Fuselagem e restantes peças espalhadas por descampado perto da aldeia de Varge, em Bragança, começaram a ser recolhidas depois de equipa de dois peritos ter feito uma investigação preliminar.
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Os destroços da aeronave que caiu no sábado, em Bragança, provocando duas vítimas mortais, estão a ser recolhidos para o hangar de Viseu do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) para perícias.

A fuselagem e restantes peças espalhadas por um descampado perto da aldeia de Varge, em Bragança, começaram a ser recolhidas depois de uma equipa de dois peritos do GPIAA ter chegado ao terreno por volta das 9.00 e feito uma investigação preliminar.

Os trabalhos terminaram no local do acidente, mas irão prosseguir com o estudo do que restou da aeronave no hangar da entidade portuguesa responsável pela investigação de acidentes aéreos, como avançou este domingo fonte do Aeroclube de Bragança (ACB) no local. De acordo com informações do INEM à Antena 1, a aeronave explodiu e acabou por cair na zona do aeródromo de Bragança.

A aeronave ultraligeira de dois lugares era propriedade do Aeroclube e as vítimas são dois pilotos membros desta organização, um conhecido empresário de Bragança, de 60 anos, e um jovem piloto da TAP, de 26 anos.

A tarefa de juntar os destroços coube aos bombeiros voluntários de Bragança, depois de os peritos responsáveis pela investigação terem recolhido indícios para reconstituírem o que se terá passado, como explicou o segundo comandante, Carlos Martins.

As peças da aeronave serão acondicionadas num veículo e transportadas para o hangar de Viseu, com as autoridades locais a preverem que as conclusões do inquérito "ainda vão demorar algum tempo".

O alerta para o acidente foi dado às 17.54 - quando os dois pilotos realizavam um voo de recreio, habitual entre os membros do Aeroclube para treinarem -, como disse o comandante dos bombeiros de Bragança, José Fernandes. Quando a primeira equipa chegou ao local "viu um monte de destroços e dois corpos dentro da aeronave".

Os destroços ficaram espalhados num descampado próximo da aldeia de Varge, a cerca de cinco quilómetros do aeródromo municipal de Bragança, de onde a aeronave descolou por volta das 17.30.

Os corpos das vítimas foram retirados do local ainda na noite de sábado e encaminhados para o Instituto de Medicina Legal de Bragança, onde deverá ser realizada a autópsia, na segunda-feira, segundo fonte do aeroclube.

Este acidente aéreo foi o primeiro com vítimas mortais, em Bragança, segundo disse, no sábado, o diretor do aeródromo municipal, Orlando Gomes.

"É a primeira vez que acontece uma situação desta amplitude", afirmou o responsável pela infraestrutura aeronáutica, onde está sedeado o Aeroclube de Bragança, proprietário do avião ultraligeiro com dois lugares usado em passeios de recreio e adquirido há dois meses. O avião é de fabrico checo e tem matrícula de 2007.

A direção do Aeroclube de Bragança (ACB) lamentou a perda de "dois amigos" e manifestou "enorme pesar pela situação dolorosa", em particular às famílias das vítimas. "É com profundo pesar que o Aeroclube de Bragança vive um dos momentos mais trágicos da sua existência, a perda de dois amigos", expressou em comunicado.

O Aeroclube de Bragança refere que "as causas do acidente são ainda desconhecidas" e recordou que, no mesmo dia, a aeronave fez uma viagem de ida e volta entre Bragança e Leon pilotada por um associado do ACB.

Esse piloto garantiu que "o avião estava em perfeitas condições", não escondendo a incredulidade que a situação causou em toda a "família do ACB", bem como a toda a equipa que opera no aeródromo municipal de Bragança".

"De momento, a direção do ACB tem a sua atenção centrada nos familiares dos dois 'companheiros', prestando-lhes toda a solidariedade", indica ainda, referindo-se a este como um "dia de luto para o Aeroclube de Bragança e para toda a aviação civil nacional".

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